No dia 30 de Dezembro de 2022, fiz uma longa caminhada que me levou do Campo do Gerês às Caldas do Gerês num dia de muita chuva.
Saindo do Campo do Gerês, segui pela Estrada da Geira até à Albergaria e daqui para a Portela de Leonte, começando então a descer para as Caldas do Gerês seguindo pelos carreiros que eram possíveis de ser percorridos na tormenta.
Passando Secelo, chegava ao Pontão da Figueira onde se encontrava um aparato com várias viaturas a pessoal a proceder ao corte de árvores. Na altura, reparei que parte das guardas da estrada haviam sido destruídas pela queda de árvores. Mais tarde, as partes destruídas foram assinaladas com as habituais fitas plásticas vermelhas e brancas, algumas das quais ainda resistem.
No dia 22 de Setembro, terminou o segundo período de cobrança da taxa de acesso à Mata de Albergaria. Esta taxa tem por objectivo assegurar a preservação dos frágeis ecossistemas que caracterizam a Mata de Albergaria ao se aplicar medidas que passariam pela sustentabilidade da gestão dos recursos naturais, sujeitando a sua utilização ao pagamento de uma taxa de acesso, segundo o princípio do utilizador-pagador.
Somente os mais inocentes ainda acreditam que o dinheiro aqui taxado é aplicado para o fim para o qual é cobrada e outros acham que devem pagar uma obrigação do próprio Estado em preservar o que é de interesse comum.
Será que, o Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) ganha vergonha... na cara e aplica de facto o dinheiro que cobra no território onde é cobrado? Será que os danos feitos no dia 30 de Dezembro de 2022 irão cumprir o seu segundo aniversário? Ou será que aquela parte da estrada não é responsabilidade do ICNF?
A má gestão do Parque Nacional da Peneda-Gerês vê-se nestas pequenas coisas e nos pequenos pormenores, sim, porque se vamos olhar para os grandes problemas, então mais vale ficar deitado.
O ICNF prepara-se para comprar uma guerra que vai perder com a implementação do novo Plano Especial do PNPG e com o novo Regulamento de Gestão desta área protegida.
Talvez fosse hora de uma vez por todas, começar a "escutar".
Fotografias © Rui C. Barbosa (Todos os direitos reservados)
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