A frase "deixa arder que é do Estado" ainda ecoa em muitos cantos de Portugal, mas no que diz respeito ao Parque Nacional da Peneda-Gerês (PNPG), esta ideia não poderia estar mais longe da verdade. A conversa que se desenrola no balcão de um de café serve de retrato perfeito para a necessidade de esclarecer esta questão, fundamental para a conservação e o futuro desta área protegida.
Editorial da Peneda-Gerês TV para ler aqui!
Efetivamente, a grande maioria do território do PNPG não pertence ao Estado. São cerca de 70.290 hectares, dos quais apenas uma pequena área de 5.275 hectares (7,5% da área total) pertence efetivamente ao património do Estado e que consistem principalmente em Matas Nacionais, como como a Mata Nacional do Gerês no concelho de Terras de Bouro. O restante que é a esmagadora maioria, é de particulares ou de terrenos comunitários, os chamados baldios.
Quando o fogo consome a paisagem, não está apenas a destruir "o do Estado". Está a queimar as propriedades de milhares de famílias que ali vivem, trabalham e de cujas terras tiram o seu sustento. Está a aniquilar as florestas comunitárias, geridas por conselhos de baldios, que são uma fonte de rendimento crucial para as populações locais. O prejuízo ambiental é imensurável, mas o prejuízo material e social atinge diretamente as comunidades que vivem, moldam e preservam esta paisagem há séculos.~
Fotografia © Rui C. Barbosa (Todos os direitos reservados)
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