Esta foi uma caminhada quase sem parar às Minas dos Carris num maravilhoso dia invernal de neve. As condições muito agrestes no complexo mineiro fizeram com que não tivesse a habitual paragem por entre as ruínas.
Na noite anterior, à chegada ao Campo do Gerês, a chuva tinha um comportamento estranho no pára-brisas do carro. Parecia chuva-neve, mas assim algo de muito difuso, porém o frio fez-me logo concluir que certamente a neve caía nas alturas dos Carris. Foi o suficiente para me decidir pela primeira visita de 2024 ao complexo mineiro.
A caminhada fez-se de manhã cedo ao longo do Vale do Alto Homem e a passagem pelo Rio Maceira já me havia confirmado que, de facto, os pontos mais elevados da Serra do Gerês estavam engalanados de branco.
Ao passar na ponte sobre o Rio Homem, via-se que a Encosta do Sol já tinha o seu manto branco e assim a neve já deveria marcar presença pelas alturas da Ponte do Modorno, e assim foi.
ou menos simples até pouco depois do Modorno, a vegetação tombada pelo peso da neve iria dificultar o caminho em alguns pontos. De resto, a paisagem absorvia todos os sentidos e o assombro da montanha enchia a alma.
A verdadeira surpresa do dia surgiria à vista de um maravilhoso conjunto de pegadas de lobo na neve que me acompanhariam até às ruínas que ali estavam, envoltas numa mortalha fria e húmida com um vento que soprava a neve e arrepiava a pele. A visibilidade era baixa e somente a muito custo, e com alguma sorte por entre uma abertura, lá consegui vislumbrar os Currais das Negras, que seriam local de passagem no dia seguinte.
Ficam as fotografias e principalmente as memórias deste dia na montanha.
Fotografias © Rui C. Barbosa (Todos os direitos reservados)
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