sexta-feira, 4 de dezembro de 2015

A Sociedade Mineira dos Castelos, Lda.


Os anos de 1941 e 1942 foram marcados por um impasse na exploração dos veios volframíticos na zona das actuais Minas dos Carris. Este impasse ficou a dever-se a tentativas mútuas de impedir a exploração mineira entre dois grupos que disputavam aquela zona. Todo o impasse seria finalmente resolvido em finais de Fevereiro de 1943 com a entrada em cena da Sociedade Mineira dos Castelos, Lda., uma sociedade comercial por quotas com sede social na cidade do Porto e que tinha como sócio gerente Hans Carl Walter Thobe.

Segundo Karl Thobe, filho de Hans Carl Walter Thobe, foi a Sociedade Minero-Silvícola, Lda. que a partir de meados da Segunda Guerra Mundial impulsiona o aproveitamento das concessões mineiras nos Carris. A Sociedade Mineira dos Castelos, Lda., de Walter Thobe, é incorporada na Sociedade Minero-Silvícola (empresa propriedade da Alemanha Nazi através da denominada holding Rowak/Sofindus ) passando a ser sócio gerente desta a partir de 1943. Segundo Gilberto Gomes,  a Sociedade Minero-Silvícola, Lda. fazia parte de um grupo de companhias mineiras cuja produção estava consignada à Alemanha. Ainda segundo João Paulo Avelãs Nunes, na sua obra “O Estado Novo e o Volfrâmio (1933-1947)”, a Minero-Silvícola, Lda. era propriedade do Gabinete do Plano Quadrienal e do Ministério da Economia do Terceiro Reich através da Rowak (de Berlim) e da Sofindus (de Madrid), dedicando-se à produção e venda para a Alemanha de matérias primas, tais como o estanho e o volfrâmio. A sociedade fora criada em Lisboa a 17 de Dezembro de 1938, transformando-se posteriormente numa “…entidade gestora e coordenadora da actividade de, pelo menos, 12 sociedades com explorações ou com oficinas de tratamento de minérios em Portugal continental.” Citando ainda João Avelãs Nunes “nos anos de 1941 e 1942 a holding Minero-Silvícola, Lda. adquiriu, assim, quotas ou lotes de acções maioritárias nas Companhia Mineira das Beiras, Lda.; Empresa Mineira de Folgar, Lda.; Fomento Nacional da Industria, SARL,; Mata da Rainha, Lda.,; Sociedade Mineira dos Castelos, Lda.,; Sociedade Mineira do Couto, Lda.,; Sociedade Mineira de Nelas, Lda.; Tungsténia, Lda.; e Volfrestânio, Lda. (ex-Schwarz & Morão, Lda.).”

O papel de Walter Thobe seria fulcral no desenvolvimento das concessões nos Carris, “participando na criação das condições para o desenvolvimento e exploração da Mina dos Carris, tais como a difícil abertura e recondicionamento do estradão de acesso, desde a Portela do Homem, até ao centro nuclear da mina, a concessão do Salto do Lobo, a construção dos edifícios sociais e industriais, e a instalação e posta em marcha dos equipamentos para as operações de extracção e tratamento de minério.”

Adaptado de "Minas dos Carris - Histórias Mineiras na Serra do Gerês", de Rui C. Barbosa, Dezembro de 2013.

Fotografias © Rui C. Barbosa (Todos os direitos reservados)

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