domingo, 15 de setembro de 2013

O património perdido da Peneda-Gerês (LVII)


Com uma instituição transformada numa imensa máquina burocrática que simplesmente não consegue ter mão num território que deveria ajudar a administrar e com uma função de conservar e preservar não só o património natural e ambiental, mas também o património humano e edificado, começa a ser cada vez mais difícil encontrar uma resposta à questão 'Mas afinal para que serve o Parque Nacional da Peneda-Gerês?'

Talvez um dos exemplos do desperdício existente no Parque Nacional, seja o miserável abandono das antigas Casas Florestais (ou Casas da Floresta) e que antigamente serviam de residência aos Guardas Florestais que controlavam porções do território. Abandonada, as casas foram vítimas dos elementos mas em especial vítimas do vandalismo do Homem, tal como aconteceu recentemente na Casa da Pedra Bela.

A degradação destes edifícios é quase uma metáfora para um parque nacional que tenta manter-se de pé. Insistindo em manter estes edifícios afastados das populações ou de associações às quais poderiam imprimir uma nova vida, estas casas representam um património que em muitos casos está irrecuperável, numa decisão criminosa tomada há demasiados anos atrás para que alguém possa ser responsabilizado pela mesma. Mas ao fim e ao cabo, é mesmo assim que tudo funciona neste país que se vai destruindo aos poucos...

Ao visitar novamente a Casa de Lamas deparei-me com um cenário apocalíptico de devastação e vandalismo, o espelho de uma preservação que nunca se concretizou naquele território...












Fotografias: © Rui C. Barbosa

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