sábado, 5 de janeiro de 2008

Epopeia na Serra do Gerês (III)

Carris, Março de 1955

Em Março de 1955 uma verdadeira operação de socorro foi levada a cabo para apoiar os habitantes do complexo mineiro de Carris que se encontrava isolado devido aos fortes nevões que haviam caído na Serra do Gerês. O seguinte texto é parte de uma reportagem fotográfica publicada então pela revista O Século Ilustrado (o texto é da autoria de António Gonzalez que assina a respectiva reportagem gráfica)...

"Este camião abastecedor de gasóleo esteve retido nas minas durante doze dias. O pessoal que se encontra nas minas já está fora de perigo".

Fotografia: © O Século Ilustrado / Rui C. Barbosa

2 comentários:

Na Cónega disse...

Só agora tomei conhecimento deste blog. Devo desde já felicitar o seu autor e congratular-me com a existência de pessoas interessadas em preservar o património existente no parque.
Quem já percorreu os caminhos de pé posto atrás das mariolas para chegar aos carris vindo de algumas aldeias que albergavam os trabalhadores das minas, não pode deixar de sentir as dificuldades por que passavam naquela altura e não pode deixar de sentir uma imensa vontade de preservar e manter no estado original tudo o que envolve as Minas de Carris.
Contudo, não posso concordar com a criação do museu nas Minas nem com a proibição ou limitação de acesso às mesmas. Em primeiro lugar a criação do museu (no espaço das minas) iria atrair muito mais curiosos descuidados de fim-de-semana e descaracterizar a envolvente (acessos, postos, lojas), mantenha-se o património, assegure-se o que resta das ruínas, mas não façam lá o museu, façam-no numa das aldeias limítrofes de onde partiam alguns trabalhadores e criem-se 'expedições' para quem, depois de conhecer o museu, tenha curiosidade em visitar o espaço.
Quanto à proibição de acesso parece-me ridícula ainda que a compreenda no sentido de evitar comportamentos idiotas como os daquele grupo de escuteiros. Crie-se um posto de vigia, sensibilize-se junto dos locais de onde geralmente partem os visitantes de fim-de-semana, agora não nos obriguem a caminhar escondidos ou a ter que ir de mão dada com um guia...
Uma coisa é certa - e contra os mandamentos do caminhante - sempre que lá vou trago mais do que o que levo... lixo!...
Peço desculpa por me ter alongado e mais uma vez parabéns.

Rui C. Barbosa disse...

Obrigado pelas suas palavras e espero que este blogue se torne num ponto de passagem habitual.
Quanto ao museu nas minas em si é algo que teria os seus aspectos positivos e negativos, se bem que compartilho da sua opinião. Infelizmente a maior parte das pessoas não se sabe comportar na montanha e o exemplo dos escuteiros do vídeo é a ponta de um iceberg muito grande.
Enquanto que o PNPG não tiver uma perspectiva de educação ambiental que toda a gente veja, não se será possível fazer-se uma conservação do património como todos gostavmos dentro da sua área.