A Serra do Gerês encerra uma valiosa população, considerada a única viável em Portugal (a espécie também ocorre na Serra da Estrela). Distribuída por várias corgas e linhas de água em espaços sombrios e húmidos (onde melhor escapa aos incêndios) de bidoais e carvalhais, a área de ocorrência geresiana do teixo centra-se nos vales ripículas do Homem e dos seus afluentes (um deles é mesmo designado ribeiro do Teixo, em cartografia mais antiga) e nos vales dos rios Gerês, Fafião e Cabril. Nalguns casos pontuais ainda existem pequenas concentrações de indivíduos desta espécie, denominadas Teixeiras, nas margens de linhas de água. Pela toponímia constatamos que outras já se perderam. O ambiente criado pelas árvores maiores, possibilita que sob a suas copas sobrevivam pequenas plantas como a uva-do-monte (Vaccinium myrtillus).
Muitos exemplares de teixo foram cortados na época dos Descobrimentos devido à qualidade da sua madeira especialmente adequada para a construção naval. O fogo e o sobrepastoreio continuaram a reduzir a sua área de distribuição até esta se limitar aos redutos actualmente existentes na Serra do Gerês. (...) Trata-se sem dúvida de uma das mais valiosas espécies arbóreas do Parque Nacional.
Extraído de "Árvores do Parque Nacional da Peneda-Gerês", de Miguel Dantas da Gama (Novembro de 2011)
Fotografia © Rui C. Barbosa (Todos os direitos reservados)
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