Com os convidativos dias de calor e a ânsia de se deixar o cárcel dos últimos meses, lá partiram em debandada para as praias e para o campo aos magotes e sem lei.
E este sentimento de estar 'sem lei' leva aos já usuais abusos que de tanto se abusar, se tornam quase como um hábito, algo que tem de ser feito sem olhar a respeito e cumprimento das elementares regras sociais e de convívio com o outro.
Depois queixam-se que vem a proibição, que surge a multa ou o olhar mais inquisitivo, ao fim e ao cabo é só um mau estacionamento (nem que seja mesmo por debaixo da sinalética) ou um raminho de flores deste jardim que de todos será, mas que também a todos cabe a obrigação de preservar e proteger! Porém, o desígnio da preservação ambiental neste país nunca foi apanágio da sua sociedade. Preservamos, ou tentamos fazê-lo, numa contracorrente que nos leva à exaustão, quase a um limite do suportável porque, a cada ano que passa, se torna cada vez mais difícil «ensinar» a uma sociedade tecnológica os valores de um Parque Nacional ou mesmo os valores da conservação que, quanto mais não seja, será a herança deste pequeno país às gerações que irão percorrer o falo e a trompa daqueles que o desrespeitam.
Desculpem mas, nem aqui nem em lado algum, é possível termos um vigilante a cada esquina, e quanto mais não seja porque as esquinas estão ocupadas pelas meretrizes que violentam esta, e outras, áreas protegidas. Enquanto como sociedade não nos preocuparmos de forma verdadeira e sem Instas ou Facebooks, com aquilo que é nosso, e não formos interventivos no que nos diz respeito, jamais poderemos ter um Parque Nacional que pode assumir o seu papel para o futuro.
É óbvio que o Senhor Estado tem um saco cheio de culpas, mas não pode ter as costas grandes quando muitos pensam que têm um umbigo maior.
Contextualizando as fotografias: imagem em cima: estacionamento abusivo na Mata de Albergaria mesmo junto à sinalética de estacionamento e paragem proibida (no local existem três sinais deste tipo); imagem em baixo: estacionamento e / ou paragem abusiva junto à sinalética de estacionamento e paragem proibida (no local existem dois sinais deste tipo) na ponte sobre o Rio Homem a caminho da Portela do Homem.
Começou o 'forró'!
Fotografias © Rui C. Barbosa (Todos os direitos reservados)
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