Este dia traria duas novas etapas no percurso da Grande Rota da Peneda-Gerês iniciando em Germil e terminando no Campo do Gerês com passagem por Brufe, num total de cerca de 16 km.
Mais uma noite de chuva e vento forte que fez temer pela manhã, mas esta trouxe somente um cortejo de nuvens pelo céu azul com alguns fracos aguaceiros esporádicos ao longo da jornada que consistiu em duas etapas: a primeira entre Germil e Brufe e a segunda entre Brufe e o Campo do Gerês.
Parte deste texto é baseado nos textos disponíveis nas ligações indicadas.
O percurso entre Germil e Brufe decorre por antigos trilhos e caminhos em plena serra Amarela. É um percurso relativamente curto, que para além do interesse paisagístico e natural, percurso revela um apreciável património cultural e etnográfico, já que nos dá a conhecer quatro aldeias de montanha: Germil, Cutelo e Cortinhas e Brufe.
Em Germil tomamos a antiga calçada e saímos da aldeia pelo lado Nascente. Deixando a aldeia para trás, entramos num bosque de carvalhos, em mosaico com os socalcos agrícolas. Este tipo de mosaico é muito rico em biodiversidade, havendo grande probabilidade de avistarmos algumas espécies da fauna do Parque Nacional, nomeadamente aves, pequenos roedores e répteis.
Bordejando o carvalhal, e subindo ligeiramente a Encosta da Perdiz em direção à Portela do Fojo que avistamos no topo Este, vemos que percurso é marcado pela depressão do Ribeiro de Portomalho e pelas corgas suaves de linhas de água temporárias que escorrem para o ribeiro principal.
Ao atingirmos a Cruz de Ferro, a 850 metros de altitude, temos a possibilidade de avistar os lugares de Cutelo e Brufe, enquadrados numa fantástica paisagem rural de montanha. Depois da portela, iniciamos a descida para Cutelo pelas Tomadas do Costa, por uma antiga alçada que atravessa um pequeno carvalhal. Entramos na aldeia pelo topo Norte e percorremos o seu principal arruamento, até encontrar, no interior da povoação, indicação do caminho a tomar para Brufe. Na passagem por Cutelo podemos apreciar os belíssimos espigueiros que atravessamos no caminho e a arquitetura das habitações. Após passarmos a capela e o portão que surge no caminho, atravessamos a área agrícola de Cutelo.
À saída da aldeia de Cortinhas, tomamos o caminho agrícola à nossa direita, que cruzará a estrada municipal um pouco mais à frente. Cruzamos o asfalto e entramos novamente em caminho rural que nos levará a Brufe, uma pitoresca aldeia de montanha, muito bem preservada, com uma implantação privilegiada para o vale do rio Homem.
O percurso da nova etapa desde a aldeia de Brufe até Campo do Gerês, passa pelo lugar de Carvalheira e pelo Bom Jesus das Mós, tendo como cenário principal o vale do Rio Homem e o plano de água da albufeira de Vilarinho das Furnas: é a passagem da Serra Amarela para a Serra do Gerês, separadas pelo rio Homem.
O percurso inicia na estrada municipal que atravessa a aldeia de Brufe, junto ao painel de informação da GR50, tomando a direção Sul, voltando à direita cerca de 30 metros depois, para nos fazer caminhar por um antigo caminho que liga o lugar às zonas agrícolas e florestais e também ao rio. A paisagem é verdadeiramente apreciável, valorizada pelas leiras em socalco, pelos muros de pedra, pelos espigueiros e outras construções rurais.
Continuamos pelo caminho agrícola, durante cerca de 300 metros, até encontrarmos um bosquete de carvalhos, onde iremos desviar à direita, para continuar pela vertente do Ribeiro da Cruz, onde foi construída uma pequena represa. A partir daqui os declives acentuam-se à medida que progredimos na encosta íngreme do Rio Homem. Vamos apanhar uma calçada vinda do lugar de Cabenco, e continuaremos depois por um caminho mais estreito, rasgado a meia encosta, que nos levará à ponte medieval de Quintão, onde atravessaremos o rio Homem.
Depois de passar a ponte, subimos ao estradão que se encontra a escassos metros e tomamos a nossa direita, atravessando um bosquete de folhosas, até que apanhamos o caminho empedrado que nos encaminha para a aldeia. Logo que surge o primeiro aglomerado de casas, tomamos o caminho à esquerda, por entre as habitações, e dali entraremos num caminho que percorre uma mancha florestal, até apanharmos a estrada asfaltada que nos leva ao Bom Jesus das Mós, um lugar santo, de grande devoção local.
Continuamos o caminho pela estrada asfaltada até encontrar, cerca de 900 metros depois, indicação da direção para Campo do Gerês. Aqui, apanhamos um estradão em terra batida, de acesso a explorações agropecuárias, e, a seguir, continuamos por um fantástico carreiro, que nos revela novamente o vale do Rio Homem e a belíssima imagem do plano de água da albufeira da Barragem de Vilarinho das Furnas, terminando no paredão da barragem. A partir da barragem, continuamos em frente cerca de 500 metros pela estrada asfaltada, passando junto ao Centro de Interpretação e Informação de Vilarinho da Furna, para depois virar à direita, seguindo um antigo caminho que atravessa uma zona de carvalhal, que nos colocará num dos arruamentos (Rua da Geira) de acesso à aldeia de Campo do Gerês.
Fotografias © Rui C. Barbosa (Todos os direitos reservados)
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