As vicissitudes da meteorologia e das condições de montanha conseguem sempre surpreender-nos por muitas vezes que a visitemos. Depois de um dia de muito calor, a serra vestiu-se de cinzento e as nuvens tornaram-se véus por entre a penedia, enquanto a chuva faria a sua aparição pelas alturas do Vidoal.
A caminhada começaria na Portela de Leonte numa manhã que talvez viesse a trazer chuva, mas que, na verdade, ninguém esperava que ela aparecesse. Porém, apareceu! E a prudência de voltar a casa para ir buscar mais dois impermeáveis, acabaria recompensada pelo conforto de um abrigo pastoril.
Subindo pela velha calçada até à Chã de Carvalho ia-se vendo a forma como a paisagem se transmutava, ora em largos horizontes, ora escondida pelas nuvens que traziam uma humidade que refrescava os pulmões, mas molhava a pele e nos faz andar um pouco mais ligeiros à chegada ao Prado do Vidoal. Aqui, o velho abrigo pastoril serviu de refúgio enquanto a chuva ia compondo uma melodia por entre as folhas do velho carvalho e sobre as lajes do nosso temporário refúgio.
Quando o Outeiro Moço se mostrou, retomamos a caminhada seguindo na direcção da Preza onde avistamos o único Vale de Teixeira. A descida fez-se pelo Curral do Jundo e passando pelo quase despercebido marco que assinalava os limites do perímetro florestal do Gerês estabelecido em 1888.
Depois de visitado abrigo pastoril alagado, continuamos a descida, passando pela base da Pegada das Ruivas e seguindo em direcção ao Prado do Camalhão, local do repasto e descanso. O tempo estava ainda frio, mas o céu já se tolhava de tons azuis quando decidimos fazer o desvio antes do Prado de Teixeira e atravessar o Rio do Camalhão (Rio Teixeira, Rio Arado). O caminho pastoril iria levar-nos até ao Curral da Lomba do Vidoeiro e daqui seguimos o traçado da GR50 Grande Rota da Peneda-Gerês até às Caldas do Gerês onde terminamos esta singela jornada Geresiana.
Algumas fotografias do dia...
Fotografias © Rui C. Barbosa (Todos os direitos reservados)
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