sábado, 4 de abril de 2020

Serra Amarela - Casarotas e Fojo do Lobo de Brufe


As Casarotas serão talvez dos lugares mais enigmáticos existentes na Serra Amarela e talvez em todo o Minho. Posições defensivas da fronteira, branda de pastoreio... as opiniões são divergentes. 

Situadas na Chã do Salgueiral e numa área definida entre (o alto das) Casarotas, Torneiro e Poulo do Vidoal, são num total de 19 edificações em ruína às que se associam uma trincheira. A natureza castreja destas construções é adiantada por Jorge Dias, mas referindo também poder "...haver uma relação com as cabanas dos pastores e talvez fosse conduzir a uma curiosa solução, que traria também um elemento de grande interesse para a etnografia. Poderia ser uma antiga branda dos pastores de Vilarinho. Uma branda há séculos abandonada, porque os habitantes da região descobriram uma maneira mais cómoda de aproveitar as pastagens altas."

No entanto, Rosa F. Moreira da Silva no seu livro "O Gerês: de Bouro a Barroso", refere "(...) somos da opinião que Jorge Dias não se apercebeu do enquadramento das Casarotas na célula defensiva da Portela da Serra Amarela", fundamentando na sua obra a sua opinião.

Uma outra hipótese que se poderia adiantar seria o facto de estas serem apenas construções temporárias utilizadas nas batidas aos lobos, pois o Fojo do Lobo de Vilarinho da Furna fica a escassas centenas de metros das mesmas.




A visita às Casarotas pode ser feita seguindo o traçado da GR34 Grande Rota da Serra Amarela a partir da Barragem de Vilarinho das Furnas ou então seguindo o antigo e desactivado traçado da Grande Rota das Casarotas a partir de Brufe.





O traçado da Grande Rota da Serra Amarela leva-nos a partir da Barragem de Vilarinho das Furnas a contemplar a imensidão dos espaços à medida que vamos subindo o extenuante Peito de Gemesura. Passando os restos das estruturas de apoio à construção da barragem, o carreiro vai-nos levar sobranceiros à Corga de Gemesura até flectir para (o alto de) Gemesura. A perspectiva sobre a albufeira da barragem, a Serra do Gerês e a Serra Amarela, constitui uma das paisagens de montanha mais notáveis que conseguimos neste percurso. Depois de passar Gemesura, descemos para a Chã de Cima e daqui inicia-se a longa subida até às Casarotas passando ao lado de Candeiró no início das vertentes da Corguinha Má. Como referi, as construções (casarotas) encontram-se na Chã do Salgueiral e são facilmente identificáveis. Mais adiante, e na direcção da Chã do Muro, é visível um dos muros do Fojo do Lobo de Vilarinho da Furna (este sentido é uma alternativa na GR34 para quem não quiser descer a Germil e depois Ermida, cruzando para a Chã do Muro e tomando a rota em direcção à Louriça para depois descer para o Ramisquedo)

A ideia não era seguir o trajecto da GR34 para o regresso e assim seguimos as velhas mariolas através de Mata Porcos e passando por Carvalhinhos, já perto de Brufe, seguimos na direcção do Fojo do Lobo de Brufe, descendo depois para a estrada que nos levaria a percorrer a Corga de Gemesura e regressar ao ponto de partida.


Algumas fotografias do dia...



























Fotografias © Rui C. Barbosa (Todos os direitos reservados)

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