Quando a 13 de Setembro de 2019 percorri a etapa da GR50 Grande Rota da Peneda-Gerês entre Germil e o Campo do Gerês, fiquei intrigado com uma pequena construção nas encostas do Vale do Rio Homem não muito longe da Barragem de Vilarinho das Furnas (sim, é o nome da barragem... a aldeia é Vilarinho da Furna). Hoje foi o dia para ver afinal o que era aquela construção e depois visitar o alto da Picota.
Comecei a curta caminhada na aldeia do Campo do Gerês e seguindo o traçado da GR50 dirigi-me para a Barragem de Vilarinho das Furnas. Na altura em que ia iniciar a trepada para a construção em ruínas, verifiquei que a encosta estava dominada por um grande rebanho de cabras que ali pastavam guardadas por vários cães de grande porte. Ora, tendo conhecimento de encontros um tanto ou quanto desagradáveis com estes canídeos (já conhecidos de alguns montanheiros pelas piores razões), decidi esperar um pouco e tomar um percurso um pouco mais longo que daria tempo para que o rebanho vencesse a encosta. Neste entretanto, desci então até ao fundo da parede da barragem e depois foi a partir daqui que iniciei a trepada para a Picota, mas que me levaria a passar pela tal ruína.
Na edição de 1993 da Folha 30 da Carta Militar de Portugal do Instituto Geográfico do Exército, o vale (ou a zona na margem direita) logo a seguir à parede da barragem está denominado como 'Vale do Tejo', porém na edição de 1949 da Folha 30 esta designação, ou melhor 'Vale Tejo', é atribuída a um pequeno vale situado a Noroeste da Picota.
A pequena construção pela qual passaria a caminho da Picota, fica de facto neste Vale Tejo e não passa de uma construção de cimento e tijolo abaixo da qual se encontra uma outra pequena construção sem qualquer sinal que identifique ambas. Penso serem contemporâneas da construção da barragem, quiçá talvez algum tipo de depósito de explosivos (paiol)?
Continuando a trepada, e tendo-me «livrado» dos malfadados canídeos, chegaria finalmente à Picota com uma paisagem soberba para a Serra do Gerês, para a Serra Amarela e para o Vale de Vilarinho da Furna. O regresso seria feito pelo Assento em direcção ao Campo do Gerês.
Algumas fotografias do dia...
Fotografias © Rui C. Barbosa (Todos os direitos reservados)
1 comentário:
Rui Barbosa, essas pequenas construções eram paiois para guarda dos detonadores e havia outras maiores para armazenar o dinamite (amonite e gelamonite).
Enviar um comentário