quinta-feira, 14 de fevereiro de 2019

Vai Processionária, vai!


Nunca vi tanto casulo de processionária do pinheiro como vejo por estes dias na Serra do Gerês e no resto do Parque Nacional. 


Repete-se a 'história' das mimosas?...

A processionária do pinheiro (Thaumetopoea pityocampa) é um lepidóptero (borboleta) tipicamente mediterrânico, podendo localizar-se em todos os locais atacando todas as espécies de pinheiros, tanto autóctones como introduzidas. É a principal praga desfolhadora dos pinheiros em Portugal. O dano acontece devido à alimentação dos estados larvares durante o Inverno e pode passar de uma árvore para outra.

A intoxicação por contacto com a processionária tem, portanto, carácter sazonal, dependendo do clima da região, verificando-se uma maior percentagem de casos a partir de Fevereiro e até à Primavera. Em Invernos mais amenos podem observar-se as migrações ainda durante o mês de Janeiro, ou em caso contrário, estas prolongarem-se até ao Verão. Durante estes meses as lagartas estão maduras e apresentam defesas contra os predadores naturais, defesas estas compostas por oito receptáculos, cada um com 120 000 pelos urticantes, de cor alaranjada. Quando a lagarta se move os receptáculos abrem, libertando milhares de pelos que se dispersam no ambiente. Funcionam como finas agulhas, inoculando na pele e mucosas uma proteína tóxica, capaz de provocar a libertação massiva de histamina, pelo, tecido ou órgão afectado. O Homem, assim como cães, gatos, cavalos e outras espécies, desenvolvem um processo alérgico grave e exuberante, quando contactam com estes mesmos pelos. Não é, portanto, fundamental o contacto directo com a lagarta. Os pelos soltos no ambiente podem provocar o mesmo tipo de reacção, não só pelo contacto com as superfícies onde se depositaram, como também por inalação dos que estão presentes no ar inspirado.



Fotografias © Rui C. Barbosa (Todos os direitos reservados)

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