Hoje decidi voltar-me para o 'outro lado' da Serra do Gerês e visitar o seu limite a Poente, sem no entanto chegar a Eiras que marca o limite a Oeste do antigo Gerês Florestal.
É sempre discutível estabelecer os limites de uma montanha, principalmente no caso da Serra do Gerês. Dizer que a serra termina aqui e começa ali, pode ir em contra aquilo que os naturais consideram os seus limites no terreno, e assim essa discussão académica e popular deixo para outra altura. Para este texto irei considerar o limite da Serra do Gerês como sendo estabelecido pelo Rio Cabril na continuação a Norte do Ramisquedo.
A hora de Inverno impõe sempre um acordar ainda com a luz do dia ausente. O frio da manhã barra-se no rosto assim que se abre a porta de casa e é aqui que, se alguma réstia de sono houvesse, ele desaparece por completo. A romagem ao Gerês faz-se enquanto que a noite se vai escondendo num dos quatro cantos do mundo e ali chegados a serra é iluminada por uma luz tímida que se esforça a atravessar as nuvens e os farrapos de nevoeiro que vão resistindo às primeiras horas da manhã.
O destino e os objectivo neste caso estavam bem traçados: iria «conquistar» a Cruz do Touro e descer à Laje das Eiras. Porquê estes destinos... porque sim, e chega! O trajecto, de certa forma já conhecido, não seria difícil. O percurso leva-nos por entre paisagens dominadas pela albufeira de Vilarinho da Furna e, nos dias claros, pelas antenas do Muro, na Louriça.
O vento frio e o nevoeiro marcaria a jornada até à Cruz do Touro impedindo o registo fotográfico dos grandes espaços. A maleita meteorológica, dissipar-se-ia já no final do percurso, permitindo ver o céu azul e penalizando um levantar tão temperano.
Depois de alcançar o tipo da Cruz do Touro, baixamos para a Laje das Eiras e daqui tomamos um velho caminho que nos levaria até à Chã, permitindo aqui regressar ao percurso que havia-mos feito de manhã.
De certa forma, ficou a ida ao ponto que nos havíamos proposto, mas a insatisfação pela falta dos grandes horizontes. Fica assim prometido para 2015 uma ida ao Alto da Eiras para satisfazer o ego...
Do topónimo (orónimo) Cruz do Touro ficou a dúvida sobre a sua veracidade... será um assunto para uma publicação posterior.
Algumas imagens do dia...
Fotografias © Rui C. Barbosa (Todos os direitos reservados)
Sem comentários:
Enviar um comentário