No seu livro "O Gerês: de Bouro a Barroso - Singularidades patrimoniais e dinâmicas territoriais", Rosa Fernanda Moreira da Silva apresenta na pág. 169 um interessante mapa da Serra do Gerês onde estão assinalados os pedidos de solicitação dos direitos de concessão de dezenas de explorações mineiras. Uma lista deste pedidos surge na obra "Minas dos Carris - Histórias Mineiras na Serra do Gerês", de Rui C. Barbosa, págs 88 a 91.
No entanto, ao consultar este mapa bem como a listagem referida, um aspecto curioso salta à vista. Todos os pedidos se referem ao concelho de Terras de Bouro, pois tanto o mapa como a listagem têm como referência os Livros de Registo de Minas existentes no Arquivo Municipal de Terras de Bouro. Assim, uma grande parte da Serra do Gerês terá sido deixada de parte no que diz respeito à sinalização destes pedidos de concessão. Terá sido mesmo assim? De facto, não! Infelizmente, o arquivo da Câmara Municipal de Montalegre foi destruído por um incêndio no qual se perderam muitos registos importantes no que diz respeito à exploração mineira daquele concelho.
Em resultado desta situação, e partindo do princípio que outros registos semelhantes não existem (nomeadamente no Instituto Geológico e Mineiro ou nos arquivos do Ministério da Economia), torna-se uma tarefa árdua conhecer todas as pequenas e micro-explorações que ocorreram na Serra do Gerês limitada ao concelho de Montalegre. Isto é importante no que diz respeito às suas localizações relativas e às suas designações.
Numa recente incursão na Serra do Gerês deparei-me com uma pequena escombreira resultante de actividades de mineração situadas entre os Cornos de Candela e o Compadre, mais precisamente entre o Corgo de Candela e o Corgo das Lamas de Compadre. A exploração terá sido pequena aproveitando um afloramento do volfrâmio (?) à superfície. As trincheiras abertas foram entulhadas com o escombro após o final da exploração.
Fotografias © Rui C. Barbosa (Todos os direitos reservados)
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