No próximo dia 29 de Setembro tem lugar em várias áreas protegidas nacionais, entre as quais o Parque Nacional da Peneda-Gerês, a iniciativa de combate às espécies invasoras denominada 'Parte de Nós'. A entidade organizadora é a Fundação EDP que conta com vários apoios entre os quais por parte do Instituto da Conservação da natureza e Florestas (ICNF). O objectivo é o de realizar um combate às espécies de árvores invasoras tais como as mimosas, uma verdadeira praga no nosso único parque nacional.
Mais informações sobre o evento aqui.
Após ter já realizado uma campanha semelhante a esta no PNPG, e apesar do meritório objectivo a que se propõe, esta campanha em especial levanta-me uma ou outra questão que considero pertinente, logo a começar pela entidade que organiza o evento. De facto, não acredito na boa fé quem organiza. O facto de ser uma fundação ligada a uma entidade que explora os cidadãos cobrando os preços de electricidade dos mais caros da Europa e de fazer intervenções que trazem danos irreparáveis ao meio ambiente e ao país, não pode tentar lavar a cara com iniciativas deste tipo. Existe aqui um óbvio aproveitamento mediático de um problema que deveria ser levado bastante a sério por parte do Estado Português. E esta é a segunda questão. Estas iniciativas, principalmente na altura do ano em que se realiza, não vai trazer nada de novo às áreas protegidas criando somente uma fachada e dando uma falsa sensação aos participantes de que fizeram algo por essas áreas protegidas.
A problemática das invasoras no Parque Nacional da Peneda-Gerês é um problema bastante série e grave para ser abordado com voluntariados que em nada vão resolver o problema. Enquanto que não existir um plano forte de combate às invasoras que já quase por completo dominam o Vale do Rio Gerês, o problema será perpetuado por falsas esperanças e falsas vitórias reflectidas em publicidade enganosa de uma empresa que não olha a meios para enriquecer os seus accionistas.
Assim, se por um lado parte de nós uma solução para o problema (partirá?), por outro parte de nós questionar quem de responsabilidade por ter deixado o problema chegar ao ponto que chegou.
Imagem: ICNF
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