Caminhar na Serra do Gerês é para mim um exercício de descoberta. Estar atento aos pequenos detalhes, às velhas mariolas e tentar compreender a intrincada rede de carreiros utilizados pelo homem nos seus exercícios de transumância ou no seu dia-à-dia em busca da salvação divina. Esta rede de carreiros permitiu em tempos idos a deslocação entre os diferentes lugares.
Estes são caminhos com milhares de anos e que certamente antecedem a ocupação pré-critã, remontando certamente aos tempos em que os gelos abandonaram os píncaros serranos e permitiram a ocupação das zonas de pastagem pelo homem primitivo. Utilizados como locais de pastagem, de guarda dos animais e de cultivo, os currais em altitude são hoje locais exóticos e de passagem quase obrigatória por aqueles que deambulam pelas alturas do Gerês.
Esta caminhada levou-nos a uma das zonas mais bucólicas do Parque Nacional. A Lagoa do Marinho é um ecossistema importantíssimo dentro da Peneda-Gerês, bem como todo o vale do Couce que converge para os Cocões do Concelinho, um magnífico anfiteatro glaciar. Outro ponto de interesse é a Mina de Borrageiros exploradas na primeira metade do Século XX. Já dentro da zona de protecção total facilmente se acede a Cidadelhe e ao curral que a antecede passando pela Corga das Mestras e depois pelo topo da Arrocela. A panorâmica do lado Poente da Serra do Gerês proporcionada deste ponto é algo de único e complementada com o profundo silêncio do local, transporta-nos para um mundo diferente do reboliço dos dias citadinos.
Em resumo, foi um dia esplêndido com uma caminhada de cerca de 23 km dos quais ficam aqui algumas fotografias...
1 comentário:
Imagens magnificas, deslumbrantes...
Da vontade de pegar na mochila e sair a correr porta fora, a descoberta...
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