A ideia era mais uma vez tentar o Trilho da Cumeada, pela 4ª vez! Durante a semana os dias estiveram prometedores, com o aproximar do fim-de-semana as condições meteorológicas foram piorando e mesmo apesar da leve esperança de que no Sábado o aspecto do céu fosse melhor, os piores receios concretizaram-se. Mesmo antes de se iniciar a actividade, o nevoeiro parecia querer levantar mas um saltinho ao outro lado da Portela do Homem foi o suficiente para ver que o que o ditado diz tem toda a razão... se os casamentos não são lá muito bons, o tempo que de lá vinha era muito pior.
Solução de recurso... como o grupo estava preparado para grandes e difícieis distâncias, propôs-se na hora um salto à Nevosa passando pelas Minas dos Carris. Vale acima, depressa se viu que nos píncaros as condições poderiam ser duras... havia neve e frio, e a visibilidade não seria muita, de certeza...
Os quilómetros foram sendo vencidos... Abilheirinha, Água da Pala, Cagarouço, Febras, Modorno, Teixo, Águas Chocas, Abrótegas, Corga da Carvoeirinha... era quase como caminhar num mapa vendo os orónimos a aproximar-se... Sítios com mais neve, outros com menos... O frio ia-se instalando à medida que íamos subindo.
Chegando a Carris, e mesmo antes de almoçar algo quente, a constatação de que uma ida à Nevosa seria algo de inglório. A montanha vale pelo que se vê caminhando, não pelo que se caminha sem ver...
Curto passeio pelas ruínas, visita à varanda natural sobre as Negras com a Nevosa quase «eternamente» encoberta pelas nuvens que insistiam em sujar a paisagem. A represa gelada foi das paisagens que mais exclamações fez soltar... realmente era algo de se ver...
Regresso passando novamente pelas ruínas enquanto que a Xara ladrava insistentemente a uns galegos que por ali almoçavam... parece que um deles não gostou muito, azar... Passagem pelo perigoso poço velho, lavaria, rumagem ao Salto do Lobo... Aqui a neve começou a cair, primeiro de forma tímida mas de repente de forma mais insistente. Fantástico ver os pequenos cristais de gelo perfeitamente formados a «pintar» as luvas e as roupas do grupo...
Iniciamos então o regresso pelo Vale do Alto Homem sendo quase a meio do percurso saudados por um intenso nevão que observamos como algo de único. Não há fotografia ou vídeo, e ainda terão de se inventar as palavras para descrever momentos como aqueles passados à sombra do Modorno!
E assim terminou uma nova actividade do blogue Carris. Não conseguimos fazer o que nos propunhamos mas ali quem manda é a montanha e não os homens. Chegamos todos bem no fim e isso, juntamente com a camaradagem entre todos, é o que realmente interessa...
Fotografias © Rui C. Barbosa
4 comentários:
Olá Rui.
Apesar de ter sido um plano B, foi uma boa caminhada, onde, pela quantidade de malta que circulava, me fez pensar numa possível peregrinação à Nossa Senhora das Minas dos Carris!!! ;)
Foi um prazer caminhar convosco!
Abraço,
Jorge
Bela peregrinação, sem dúvida! Destas é que vale a pena!As fotos fazem-me sentir uma certa "inveja" de não poder ter presenciado o mesmo espectáculo que assistiram, mas fico contente por partilharem um pouco da vossa felicidade momentânea e única!
Deve ter sido um dia inesquecível!
Beijinhos.
Belas imagens... Belo local!
Rui Barbosa, gostaria de lhe fazer umas questões por email.
ndias13@gmail.com
Cumprimentos
Foi um dia em cheio, nunca me chateio de subir e descer os Carris, adoro o ar da montanha, e como ela me faz sentir parte dela.
A neve apenas facilitou a subida para mim. Cai uma vez ao descer, e falei alto "ninguém se ria", mas quando olhei para trás não havia ninguém eheh.
Bom grupo de caminhada, sim senhor.
Gostei bastante. É pra repetir até se conseguir fazer o trilho da Cumeada. ;)
Abraço a todos.
Tiago (AKA Maglor).
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