Carris, 5 de Abril de 2009
...tira-me deste tormento, sê a minha mortalha de silêncio.
Contemplamos a perda da inocência e a tristeza que nos abraça a cada sorriso...
Vê o meu manto de escuridão...
...que encombre os sonhos há muito esquecidos.
Estas são as palavras que não digo, o olhar que escondo...
...um rio de lágrimas que não vai secar.
Olha as grandes sombras na montanha, para onde caminham elas?
São as asas dos anjos caídos...
Ansiamos o prazer de um beijo... o tormento dos corpos, inimaginado...
...um desejo de morte turva-nos a alma...
Memórias reduzidos a cinza que nos cobre os corpos...
Eis que a noite chega!
Entramos num vale de ilusões, choramos a mágoa e a dor dos momentos que não tivemos...
Um abraço à solidão, refúgio na montanha... Emoções que são arrastadas pelo vento frio...
...procuro o vazio para me esconder da dor e tristeza dos tempos...
...o sonho define o destino, viajo pela noite abraçando as trevas...
...perdemos a inocência. Fujo da dor que provoquei, o amor que um dia matei...
...temo o despertar para a realidade... um refúgio dos pesadelos...
Que fizemos nós? Algo que morreu antes de nascer...
...algo morre dentro de mim.
Fotografia: © Rui C. Barbosa
1 comentário:
"Ansiamos o prazer de um beijo..." tantas vez e por muitos, banalisado... despresado... e pouco valorisado...
Ansiamos a plenitude de um beijo como se de um diamante no estado bruto se trata-se... a espera de ser delicadamente e suavemente lapidado...:) par depois poder exibir todo o seu esplendor...
FANTASTICO...
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