Carris, 11 de Julho de 2007
...como num sonho, sinto o toque das sombras que dançam em torno de mim...
Imóvel no tempo contemplo a sombra da vida que se projecta aos meus pés...
...procuro o calor da noite e nele espero encontrar o amor.
Imóvel no vazio escuto o silêncio eterno que o olhar me mostra...
Tento compreender o esplendor da montanha que desenha o horizonte...
...tento esconder de mim próprio a dor do dia em que te perdi.
Vivo só num mundo frio, um céu cinzento...
Uma cicatriz eterna marcará o presente.
Por os últimos raios de sol verei o teu esplendor... a cor dos teus olhos, um sorriso que se apaga...
...desejo parar o tempo, torná-lo imóvel...
...desejo apagar as recordações que me fazem viver...
Deixo-me cair... corpo inerte ao toque do frio granito...
Vejo um fogo fátuo que arde no céu...
...sinto o vento frio na cara, o calor que se esvai... lentamente...
...sinto-me voar, o bater de asas... um amor imortal...
Sinto as sensações de todo o universo... um último beijo, silêncio...
Como que por uma ferida aberta, a vida esvai-se...
...duas almas que se unem... por fim...
...e no longo prado, por entre a neblina, verei o teu vulto... um véu esvoaçante.
...por um momento, tudo esqueci... imóvel no tempo.
Fotografia: © Rui C. Barbosa
Sem comentários:
Enviar um comentário