Carris, 23 de Janeiro de 1987
Depois da missiva enviada pelo Parque Nacional da Peneda-Gerês (PNPG) para a Direcção Geral de Geologia e Minas (DGGM) a propósito das diferentes concessões que constituíam as Minas dos Carris, esta elaborou uma comunicação ao Director de Serviços de Administração Industrial onde refuta alguns pontos que haviam sido referidos na carta do PNPG. Parecia assim que se entrava numa pequena disputa relacionada com o facto se me manter em aberto a possibilidade de as concessões não serem extintas e de no futuro poderem ser concessionadas novamente dependendo das condições internacionais dos mercados de volfrâmio, opinião esta totalmente em choque com os pontos de vista do PNPG.
A comunicação, assinada pelo Eng. Fernando Nascimento Fonseca, começa por referir que as conclusões e recomendações dadas pelo então Director do PNPG no documento denominado "Nota de Reunião", não poderiam ter sido feitas a partir das conclusões das 1ª Jornadas de Geologia Regional pois, segundo o autor da comunicação, depois de consultar com diversos oradores presentes nessas jornadas nenhum deles se recordava de ter focado a problemática das minas metálicas na área do parque nacional.
Por outro lado, desmonta a relação que havia sido estabelecida entre a abertura das minas e os interesses de alguns meios na abertura permanente da fronteira da Portela do Homem. o autor refere que o trânsito para uma mina de volfrâmio seria "...incomparavelmente menor do que o de qualquer estrada..." não sendo assim legítima a associação dos diferentes tipos de trânsito.
É também referido que devido às então condições de mercado do volfrâmio era impossível fazer uma previsão acerca da data em que seria possível recomeçar os trabalhos nas concessões em questão. Esta situação era agravada pelo facto de haver uma necessidade da criação de infra-estruturas devido ao estado de degradação ou à inexistência das mesmas no terreno. Curiosamente é também referido que as Minas dos Carris se encontram numa faixa já proveniente de Espanha a partir das Minas das Sombras e que toda aquela região estava insuficientemente estudada (!).
Em conclusão é referido que apesar de as explorações no passado não revelarem jazigos com grandes reservas, a área referida tinha potencialidades e que merecia ser estudada. Por outro lado, refere que não deveriam ser tomadas medidas que de qualquer das formas impedissem opções futuras...
Fotografia: © Rui C. Barbosa
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