Carris, 10 de Agosto de 2008
Após vários adiamentos lá consegui fazer mais uma subida até às Minas dos Carris. Como já tinha dito anteriormente, o objectivo desta subida era o de terminar a catalogação dos diferentes abrigos existentes na zona de Carris, Salto do Lobo, Lamalonga e Negras, mas tal não foi possível devido a um atraso na preparação dos registos e assim este trabalho fica adiado para o dia 30 de Agosto.
A subida correu sem qualquer problema. As condições atmosféricas estavam muito boas com uma ligeira brisa e uma temperatura agradável. Na verdade não esperava nenhuma novidade nesta caminhada, mas no final do dia tenho algumas estórias para contar.
Por agora os tempos de caminhada com as passagens nos locais mais conhecidos:
10h28 - Ponte sobre o Rio Homem
10h47 - Abilheirinha
11h11 - Água da Pala
11h23 - Ponte do Cagarouço 1
11h29 - Ponte do Cagarouço 2
11h37 - Febras
11h49 - Ponte do Modorno (chegada)
12h01 - Ponte do Modorno (saída)
12h21 - Teixo
12h33 - Águas Chocas
12h43 - Abrótegas (chegada)
12h58 - Abrótegas (saída)
13h25 - Minas dos Carris
Cruzei-me com o grupo já quase a entrar na Corga da Carvoeirinha e depois só nas Minas dos Carris voltei a ver mais gente... e ao longe uma silhueta no Altar de Cabrões. Depois de uma sessão de fotografias com um grupo de garranos junto do edifício da secretaria e cantina, fui almoçar à entrada da garagem da casa do pessoal superior da mina. Após o almoço, um merecido descanso no Penedo da Saudade e a decisão de conquistar mais uma vez o Pico da Nevosa.
Segui o trilho que se inicia na varanda sobre a Garganta das Negras em direcção à represa dos Carris. Ao entrar no muro da represa olho para trás para o edifício e recebo uma má surpresa ao ver mais um acto de vandalismo sobre as ruínas. Eu compreendo que as pessoas gostem de expressar o seu amor e afecto, o que não consigo compreender é como se faz quase 9 km com uma lata de tinta só para vandalizar a paisagem do Gerês... mas isso terá a sua entrada neste blogue.
Passando para lá da represa e subindo o pequeno vale no contra-forte do Altar de Cabrões, iniciei a descida para o pequeno Prado dos Perdidos. Logo no início sinto um cheiro a decomposição e no chão os restos de um garrano já em avançado estado de decomposição. Não sabendo analisar (qual CSI) se o animal era novo ou velho, decidi marcar o local no GPS para no final do dia poder informar a GNR/SEPNA. Continuo a descida para o prado e depois a lenta subida até ao Pico da Nevosa. O trilho está reconhecível por entre a vegetação e facilmente se consegue passar nas zonas que parecem mais complicadas. O único senão deste parte do dia é a inexistência de água, sendo pois aconselhável ir-se prevenido.
A paisagem do Pico da Nevosa é fantasticamente indescritível. O nosso olhar é transportado para lá de Montalegre, até às serranias da Peneda e ao longe a linha do Marão desenhado no horizonte. Depois de me refrescar com um pouco de água, consegui descobrir o local de descanso nos Prados de Candela na última tentativa falhada de fazer o trilho entre Pitões das Júnias e Carris... ficará para outra oportunidade...
Ao regressar encontrei dois cartões de montanhistas espanhóis que visitaram o Pico da Nevosa a 26 de Agosto de 2005 (Club Peña Trevinca) e 22 de Dezembro de 2007 (Montañeiros Celtas). Os dois cartões serão agora enviados para os respectivos endereços. O início do regresso foi feito por um outro caminho mais curto até ao Prado dos Perdidos. Na subida em direcção á represa ainda fotografei os restos do garrano morto.
Chegado novamente a Carris passei pela geocaching "Minas dos Carris" e desci até à lavaria no topo da Corga da Lamalonga. Daqui iniciei o regresso à Portela do Homem seguindo pelo trilho do Salto do Lobo e chegando ao caminho no fundo da Corga da Carvoeirinha.
A descida foi sem qualquer problema e ao chegar à Portela do Homem o choque de ver dezenas de carros por lá estacionados num típico Domingo de Verão no Parque Nacional (?) da Peneda-Gerês...
Para terminar algumas notas soltas...
a) O comportamento de algumas pessoas é execrável. Continua-se a deitar lixo a partir de carros em andamento e pior do que isso, betas de cigarros acesas numa zona de floresta... São comportamentos em tudo reprováveis...
b) Ainda em termos de comportamento... porque buzinar sem qualquer razão dentro de uma área protegida? A explicação é tristemente simples... as pessoas não fazem a ideia do local onde estão!!!
c) A perseguição às pessoas que caminham pela serra perde toda a razão de ser e deixa de ser ética quando vemos caixas e caixas térmicas cheias de garrafas para as lagoas do Rio Homem... e as vemos regressar sozinhas! Onde está o SEPNA? Onde estão os Guardas da Natureza?
Fotografias: © Rui C. Barbosa
4 comentários:
Grande trekking :)
p.s.: devia haver uns avisos à entrada para as lagoas da Portela do Homem para os "domingueiros"...
o nº do bilhete que pagaste para "passar" na Mata da Albergaria é o 68809. Multiplicando por 1.50 (preço de cada bilhete) dá 103.213.5 euros.
É dinheiro!!!
Rui,
Sabia que os naturais de Terras de Bouro estão isentos da proibição de parar ou estacionar os carros na Mata de Albergaria? Mesmo os emigrantes que já são mais de lá do que de cá, se forem de Terras de bouro podem parar à vontade. Estão isentos dessa proibição e da taxa, bastando para isso colocar no tablier o cartão comprovativo da sua naturalidade emitido pelo município bourense. É que para o Parque Nacional existem poluidores isentos de taxas. Ou melhor, os bourenses não poluem pelo simples facto de serem os pretensos donos daquele local.
Sim, é verdade. Os naturais e habitantes dos concelhos abrangidos pela área do Parque Nacional da Peneda-Gerês não estarão abrangidos pelas regras que são impostas aos demais visitantes da área protegida...
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