segunda-feira, 3 de novembro de 2025

Paisagens da Peneda-Gerês (MDLVI) - A faia da Água da Adega

 


A faia da Água da Adega é uma paisagem de visita obrigatória no Outono da Serra do Gerês.

Fotografia © Rui C. Barbosa (Todos os direitos reservados)

domingo, 2 de novembro de 2025

Dados da 4.º semana de opração da Estação Meteorológica dos Carris

 


Ficam os dados da quarta semana de operação da Estação Meteorológica dos Carris.

Ver estação.









Fotografias © Rui C. Barbosa (Todos os direitos reservados)

Previsão meteorológica para Nevosa / Carris (2 a 8 de Novembro)

 


Metam muito sal nestas previsões!

A semana será de arrefecimento nas alturas e com a precipitação, surge a previsão de queda de neve nas Minas dos Carris nos dias 5 e 6 de Novembro.




Paisagens da Peneda-Gerês (MDLV) - Rio Maceira

 


Ganhando um novo fulgor depois das chuvas e engalanado de cores de Outono, o Rio Maceira traz poesia à Mata de Albergaria, Serra do Gerês.

Fotografia © Rui C. Barbosa (Todos os direitos reservados)

sábado, 1 de novembro de 2025

Paisagens da Peneda-Gerês (MDLIV) - Pena Longa

 


Pena Longa surge por entre as ramadas de cores que se transmutam a cada dia que passa no Outono que preenche os espaços da Serra do Gerês.

Fotografia © Rui C. Barbosa (Todos os direitos reservados)

Previsão meteorológica para Nevosa / Carris (1 a 7 de Novembro)

 


E é chegado o mês de Novembro cuja primeira semana nos trará temperaturas mínimas da ordem dos 2º / 3º nas Minas dos Carris e alguma chuva.

sexta-feira, 31 de outubro de 2025

Galinhas nas Minas dos Carris?

 


Há uns anos, durante um Campo de Trabalho realizado pelo Agrupamento XIX - S. Vicente, do Corpo Nacional de Escutas, em colaboração com o Parque Nacional da Peneda-Gerês, uma das tarefas que tínhamos de realizar era o auxílio à vigilância.

Numa das longas saídas às Minas dos Carris, deparamo-nos com um cidadão belga que queria permanecer a viver nas ruínas durante um ano. Recordo-me bem do dia: apesar de ser em Agosto e em pleno Verão, o dia era invernal com frio, chuva e muito vento lá por cima.

O jovem rapaz, com 17 ou 18 anos, estava numa das ruínas enrolado num molhado saco-cama e envolto pelo que restava da sua tenda, com os seus pertences um pouco espalhados pela «casa». Aparentemente, já por ali estaria há uns dias (sobre)vivendo das latas de comida que sobravam a quem por ali passasse e da recolha de bagas comestíveis que ia encontrando por lá (mais tarde, faria lembrar a história de Christopher McCandless, no filme Into The Wild).

Na conversa que então tivemos com a personagem, lá nos foi dizendo das suas intenções: um ano nos Carris, depois África (Angola) e América do Sul... um aventureiro, portanto. Na conversa, e entre as goladas mais apreciadas de um sumo de laranja horrível que alguma vez me lembro de ter visto, pedia-nos para lhe enviar galinhas pelo correio até às Minas dos Carris ("surely the mail arrives here, no?"), pois queria ali fazer criação para se aguentar.

A noite foi horrível, fria, ventosa e com muita chuva, e na manhã seguinte lá estava ele, sentado por entre o que ia sobrando e encostado a uma parede, num cenário que me recordo como se estivesse a vivê-lo agora. Tentámos demovê-lo da sua ideia, que por ali era território de lobos, mas com ele a fazer-nos prometer que lhe enviaríamos as galinhas (e já agora algumas sementes de couves e outros legumes!...).

Regressamos às Caldas do Gerês e ele ali ficou. Como é óbvio, informamos os Vigilantes da Natureza que no dia seguinte lá o foram buscar com um todo-terreno que, na altura, ainda lá chegava. Encontramo-lo poucos dias depois, com melhor aspecto, mas dizendo em tom triste "the rangers went there and brought me dawn..."

Desconheço se terá chegado a Angola.

Na fotografia em cima mostra-se que, de facto, já se criaram galinhas nas Minas dos Carris (a fotografia é datada de Agosto de 1951).

Fotografia © Paulo Gaspar / Rui C. Barbosa (Todos os direitos reservados)

Programa do Magusto Celta 2025

 


Aqui fica o programa do Magusto Celta 2025 a decorrer em Pitões das Júnias a 15 de Novembro de 2025.

Magusto Mountain Raiders

 


O Magusto Mountain Raiders terá lugar a 15 de Novembro de 2025.

Aparece!

Previsão meteorológica para Nevosa / Carris (31 de Outubro a 7 de Novembro)

 


E o mês de Outubro termina como se esperava: muita chuva e vento.

O Outono é lindo!...

Paisagens da Peneda-Gerês (MDLIII) - Mata de Albergaria e Costa de Sabrosa em tons de Outono

 


A Mata de Albergaria e a Costa de Sabrosa em tons de Outono vistas desde a Volta do Covo, Serra do Gerês.

Fotografia © Rui C. Barbosa (Todos os direitos reservados)

quinta-feira, 30 de outubro de 2025

Ponte Feia - a mesma paisagem mais de um século depois

 


Durante um curto passeio pela Mata de Albergaria numa tarde com alguma chuva, lembrei-me de um velho postal que mostra a Ponte Feia em finais do século XIX.

Oportunidade ideal para tentar obter o mesmo enquadramento, apesar de não ter o velho postal comigo. O local foi fácil de encontrar e curiosamente, em tempos, pareceu até existir um carreiro para o sítio onde a velha fotografia havia sido feita.

Chegado ao local, maravilhado com o que via, fiz vários 'cliques'. O enquadramento não é o mesmo, mas está lá perto (será mais uma razão; se é que fosse necessário para lá voltar...). Assim, a fotografia mostra a Ponte Feia e o Rio Homem (num enquadramento semelhante) mais de um século depois. 

Fotografias © Rui C. Barbosa (Todos os direitos reservados)

Paisagens da Peneda-Gerês (MDLII) - Fecha do Poço da Ponte Feia

 


Em plena Mata de Albergaria, Serra do Gerês, podemos encontrar a Fecha do Poço da Ponte Feia.

Fotografia © Rui C. Barbosa (Todos os direitos reservados)

Previsão meteorológica para Nevosa / Carris (30 de Outubro a 6 de Novembro)

 


O mês de Outubro terminará com muita chuva pelo Parque Nacional da Peneda-Gerês.

quarta-feira, 29 de outubro de 2025

Cancelado o Trilho das Bruxas 2025

 


O Trilho das Bruxas 2025 foi cancelado devido às más previsões meteorológicas.

"A festa"

 


Um artigo de Miguel Jerónimo no jornal PÚBLICO para ler aqui.

A festa

"Transformar os incêndios numa espécie de reality show veranil — com diretos pouco informativos e muitas vezes debates superficiais — serve apenas para entreter o público urbano em férias. Ao mesmo tempo, os agentes políticos (agora e no passado) continuam a demonstrar uma impressionante dissonância com a gravidade dos acontecimentos, misturando discursos de guerra com anúncios festivos e brindes à margem do fogo."

Fotografia © Rui C. Barbosa (Todos os direitos reservados)

Paisagens da Peneda-Gerês (MDLI) - Sombras em S. Miguel

 


As manhãs pelos bosques do Parque Nacional proporcionam interessantes jogos de sombras, como foi o caso deste momento captado no Curral de S. Miguel, Serra do Gerês.

Fotografia © Rui C. Barbosa (Todos os direitos reservados)

A falácia do irreal

 


Falácia: "Acção de enganar com má intenção."

Há uns dias passaram-me esta "fotografia" que supostamente mostra uma paisagem do "Campo de Gerês". Quem me passou a dita "fotografia" disse que o seu autor, na sua publicação na rede social falaciosa Facebook, tem dezenas ou centenas de comentários e muitos «gostos» louvando a paisagem e a qualidade do fotógrafo.

Ora, num mundo cada vez mais enredado em redes sociais e iludido com a falácia da IA (Inteligência Artificial) e numa sociedade onde o sentido e espírito crítico é cada vez mais raro, torna-se cada vez mais fácil produzir falácias deste tipo e enganar os mais incautos (e estes serão aqueles que podem até estar atentos a este tipo de situações), porque os restantes - a já grande maioria - já nem se importa distinguir entre a realidade e o que não é real (reparem que não lhe chamo 'ficção' porque esta tem por objectivo ser uma obra criativa).

Esta paisagem não existe; nela não existe nada - nem um píxel - de realidade. Pouco após a publicação deste texto, tomei conhecimento de quem tinha «criado» a fotografia. A pessoa em questão merece-me o máximo respeito, a sua criação, não. No meu texto original dizia "esta paisagem é apenas fruto de uma intenção de enganar propositadamente quem segue o seu autor nas redes sociais, enganar aqueles que apenas se deslumbrar e não questionam a veracidade do que vêem". Conhecendo o autor da «brincadeira», sei que assim não foi. Sendo um amante do Parque Nacional da Peneda-Gerês e das suas gentes, a imagem não passou disso mesmo, uma brincadeira. No entanto, isto não tira o sentido de criticar aqueles que, não por brincadeira, criam estas paisagens falaciosas somente com o intuito de ir colher os «likes» que incham egos, sendo, elas próprias - as imagens - o produto da ignorância que graça nas redes sociais e que é louvada a cada dia que passa. Essas imagens são feitas apenas com a intenção de enganar e com isso obter um reconhecimento devido a algo falacioso e irreal.

Não posso deixar de comentar também dois elementos que acabam já por ser comuns em muitas situações: 1.º a comparação de um território com uma paisagem estrangeira "o Chamonix do Gerés", revelando mais uma vez a nossa pequenez com a necessidade de comparar o que é nosso (que uma ditadura nos habituou sempre a menorizar) com algo 'lá fora' ("é que é bom"); 2.º a ignorância acerca do nome de uma aldeia "Campo de Gerés" - mostrando o «profundo conhecimento» de muitos artistas e especialistas relativamente à toponímia da montanha geresiana.

Este é um produto de IA, mas é um triste sinal que demonstra o sentido no qual nos deslocamos como sociedade, onde a ideia do fácil domina por completo a vontade quase colectiva. A aprendizagem, seja em que estado for das nossas vidas, é algo duro, penoso, a aprendizagem dói e é acompanhada pelas dores do crescimento. Por seu lado, o deixarmo-nos seguir na corrente é sempre mais fácil, até ao ponto em que nos afogamos numa realidade que não existe, como é o caso do deslumbramento da falácia do irreal desta "fotografia".

PS - Como no caso dos montinhos de pedra, só faltará dizerem "qual é o mal?"

Previsão meteorológica para Nevosa / Carris (29 de Outubro a 5 de Novembro)

 


Tempo de Outono com muita chuva prevista para o dia 31de Outubro.

terça-feira, 28 de outubro de 2025

Minas dos Carris vistas do ar

 


No regresso de uma operação de combate a incêndios florestais, ainda houve a oportunidade de obter estas duas fotografias aéreas das Minas dos Carris.

Um agradecimento especial ao Mitch pela cedência das fotografias ao Miguel Caridade por mostrá-las em primeiro lugar.



Fotografia © Mitch (Todos os direitos reservados)

Paisagens da Peneda-Gerês (MDL) - Cabeço do Cantarelo

 


O Cabeço do Cantarelo, Serra do Gerês, vigilante sobre o Vale do Alto Homem.

Fotografia © Rui C. Barbosa (Todos os direitos reservados)

Previsão meteorológica para Nevosa / Carris (28 de Outubro a 4 de Novembro)

 


A previsão meteorológica para o final da semana mostra muita chuva a caminho, com os dias 31 de Outubro e 1 de Novembro a totalizar 198 mm.

Para a próxima semana as previsões são mais animadoras, mas nada de prometido...

segunda-feira, 27 de outubro de 2025

Previsão meteorológica para Nevosa / Carris (27 de Outubro a 3 de Novembro)

 


Aí vem ela de novo, será uma semana de céus cinzentos e muita chuva.

Rain, The Cult

Paisagens da Peneda-Gerês (MDXLIX) - Outono pela Costa de Bargiela

 


A cada dia que passa, as cores de outono vão tomando conta da paisagem na Mata de Albergaria, Serra do Gerês, pintando em tons de fogo a Costa de Bargiela.

Fotografia © Rui C. Barbosa (Todos os direitos reservados)

domingo, 26 de outubro de 2025

Dados da 3.ª semana de operação da Estação Meteorológica dos Carris

 


Na sua terceira semana de operação, a Estação Meteorológica dos Carris enfrentou as primeiras condições meteorológicas adversas que resultaram na perda de dados durante um determinado período de tempo. Com a situação agora resolvida, aqui ficam os gráficos relativos aos dados meteorológicos obtidos pela Estação na sua terceira semana de operação.

Ver estação.









Fotografias © Rui C. Barbosa (Todos os direitos reservados)

Serra do Gerês - Da Portela do Homem à Pala do Ranhado (Natureza e História nos recantos geresianos)

 


A montanha geresiana oferece-nos altos cumes e profundas corgas por onde podemos caminhar e encher o nosso ego. Mas por vezes, a verdadeira riqueza encontra-se mesmo ali ao lado, ao lado dos locais por onde passamos de automóvel e que nem nos chama a atenção. Porém, isto acontece porque não estamos atentos e porque a vaidade é sempre mais importante do que conhecer a montanha a fundo, na sua essência histórica e natural.

Assim, se a caminhada pelos altos cumes e profundas corgas nos pode mostrar resquícios da presença do Homem nesses locais, a visita a outros locais de «mais fácil» acesso leva-nos numa outra viagem: a viagem pela razão de ser do Parque Nacional, a sua Natureza e a sua História.




Foi o que aconteceu nesta curta caminhada de cerca de 7 km através dos carreiros da Mata de Albergaria com início e fim na Portela do Homem.

Deixando o estacionamento pelo carreiro que se inicia junto do placar informativo do Parque Nacional da Peneda-Gerês, abrenhamo-nos no arvoredo da Mata de Albergaria. Estaremos a caminhar na Geira Romana? Na verdade, não é certo se a Via XVIII seguia este traçado ou se percorria o lado esquerdo do Vale de S. Miguel. Sabemos que este troço do Itinerário Antonino ligava a Ponte de S. Miguel, passava junto dos edifícios da Guarda Fiscal e entrava na Galiza pela portela fronteiriça. O seu traçado correcto permanece uma incógnita. A Portela do Homem sofreu muitas e profundas alterações, nomeadamente aquando da construção do primeiro edifício da Guarda Fiscal.

A história da permanência da Guarda Fiscal na fronteira da Portela do Homem, inicia-se em finais do século XIX e vai prolongar-se até Março de 1995, altura em que Portugal implementa a «abolição» das suas fronteiras de acordo com o estabelecido para a livre circulação de pessoas e bens no Espaço Schengen.





De facto, o pedido para a instalação do primeiro edifício da Guarda Fiscal é feito a 23 de Agosto de 1892 pela então Direcção Geral das Alfândegas. Esta, solicita a cedência aos Serviços Florestais de 500 m2 para a instalação de uma casa para o Posto Fiscal, na condição de este terreno reverter para a Mata Nacional quando os serviços alfandegários dele não precisassem. Os Serviços Florestais deferem o pedido por despacho datado de 9 de Setembro de 1896, referindo que todos os trabalhos ali realizados ficariam a pertencer à Mata Nacional e que esta não deveria qualquer indemnização à Direcção Geral das Alfândegas em caso de devolução da área solicitada.

O auto de entrega dos terrenos na Portela do Homem é assinado a 25 de Outubro de 1896 pelo silvicultor António Mendes de Almeida e pelo Chefe de Secção da Guarda Fiscal do Gerês, Albano Augusto Pereira.




Assim, os trabalhos ali realizados vão alterar a paisagem, com a criação de uma estrada e o deslocamento e enterramento de marcos miliários. Os que hoje podemos ver a assinalar a Milha XXXIX terão sido deslocados, tal como é referido em viasromanas.pt: "nesta milha, localizada na Portela do Homem, conserva-se um vasto grupo de miliários, mas nem todos pertencentes à milha XXXIV. O local onde, actualmente, se concentram os miliários não é, por certo, o ponto original da sua implantação. Também não o será a zona onde alguns metros mais a nascente e a uma cota inferior foi desenterrado um miliário coberto de sedimentos modernos, durante a campanha de 1992. De facto, as antigas descrições referem-se a pelo menos treze miliários. Actualmente apenas se observam oito, contando com o que foi recentemente recuperado. Deve, pois, admitir-se a possibilidade de outros miliários ainda se manterem sob os aterros adjacentes à estrada. A bibliografia refere dois miliários de Tito e Domiciano (79-81), datáveis do ano 80; Nerva (96-98); Trajano ou Adriano (117-138?); Caracala (198-217), datável do ano 214; Maximino e Maximo (235-238); Décio (249-251), datável do ano 250; Magnêncio (350-353) e um anepí­grafe."

Caminhando através do Vale de S. Miguel, passamos ao lado do Curral de S. Miguel e seguimos em direcção às ruínas das antigas Casas dos Guardas Fiscais. Nesta altura, a Mata de Albergaria apresenta-se em plena metamorfose: as cores de Outono já surgiram em muitas árvores, mas muitas outras aguardam a sua vez. No chão, começam a surgir os primeiros cogumelos, mas a humidade ainda é baixa e o frio ainda não chegou. O Rio Homem ganhou nova vida após as recentes chuvas e o seu caudal vai aumentar nos dias que se seguem, pois a chuva voltará com maior intensidade. Não fosse o ruído dos carros e motociclos que passam, e a música seria da Natureza com o vento a dançar por entre as ramadas, os restolhar das folhas secas no chão e os pequenos ribeiros a correr para engrossar o «grande» rio.




Minutos passados e chegamos à (nova) Ponte de S. Miguel. A ponte de madeira proporciona uma passagem segura do Rio Homem no local onde se encontrava a velha ponte romana que unia as duas margens do rio complementando a via que foi terminada no ano 80 dC. Segundo a informação disponível no sítio do município terrabourense, "a Ponte de São Miguel era uma ponte com uma certa envergadura, pois possuía dois arcos de volta perfeita e possibilitava ultrapassar o último grande obstáculo da serra do Gerês em direção a Astorga, continuando, durante séculos, a ser corredor militar, caminho de Santiago, linha de transações económicas e de passagem para o interior da Espanha." A velha ponte romana terá sido destruída em 1640, logo após a restauração da independência e alguns dos seus blocos ainda podem ser vistos na margem esquerda do rio logo após a passagem da ponte de madeira.

No livro O Gerês - De Bouro a Barroso (Outubro de 2011), Rosa Fernanda M. Silva refere: "no quadro da Guerra da Restauração, para contrariar a entrada do inimigo, deliberaram destruir as pontes romanas de Monção, do Arco, de S. Miguel e a de Albergaria em pleno bosque caducifólio.

Na notícia de 1736 afirma-se, '(...) Hua destas pontes tem o nome de S. Miguel por rezão de que antigamente, no tempo em que este reyno esteve intredito. os moradores desta freguesia de S. João do Campo no estremo da Galiza levantarão huma ermida de S. Miguel e nella ouvirão missa nos dias santos; depois que se levantou o interdito, mudarão a dita ermida para a Chaam adonde esteve  a dita ponte e dahí por diante ficou com este nome e tambem a Chaam; e finalmente, como a ermida estivesse em ermo e sitio muy dezerto, a demolirão e trouxerão a imagem de S. Miguel para a ermida da Senhora das Merces que está no lugar de Vilarinho. A ponte de Albergaria, dizem, tomou o nome de huma caza que antigamente  ali havia que servia de recolhimento aos passageyros, e a de Monção, por junto della estar huma maravilhosa fonte assim chamada, e a do arco por ser de hum só a ponte (...)." Rosa Fernanda M. Silva refere ainda que "a grandiosidade destas quatro pontes pode avaliar-se pela '(...) despreza que a gente de Terras de Bouro fes de trinta mil reis que derão aos pedreyros no anno de 1640 para lhes demolirem (...)'."  

Seguindo caminho, e após passarmos o Ribeiro de Monção, encontramos os miliários da Milha XXXIII (Ponte Feia) e as ruínas do velho abrigo de montanha. Não muito longe encontra-se a Ponte Feia e o Poço da Ponte Feia, mais tranquilo do que nos dias do estio e com um cenário muito mais apelativo nestes dias de Outono.




Aqui, certamente que caminhamos pelo traçado da Geira Romana que nos leva a Albergaria onde encontramos os restos de duas pontes também destruídas em 1640, o que resta dos velhos tanques de criação de trutas dos Serviços Florestais e alguns edifícios abandonados que também pertenceram a esta instituição. Subindo agora em direcção à estrada seguido a estrada calcetada, repara-se nos restos da trincheira defensiva ali existente. Este local merecia um melhor trato e conservação; aqui respira-se História e Natureza, além dos fumos emanados pelos escapes dos carros que vão passando...

Caminhando mais uma dezenas de metros pela estrada asfaltada, seguimos encosta acima até encontrar a Pala do Ranhado (ou Penedo da Pala). Descrita no relatório da Sociedade Geográfica de Lisboa sobre uma expedição à Serra do Gerês, este foi o local de pernoita de Hermenegildo Brito Capelo, Leonardo Torres, Denis Santiago e Serafim dos Anjos e Silva na noite de 20 de Setembro de 1882.

Em Setembro de 1882, Hermenegildo Capello e Leonardo Torres - sócios ordinários da então Sociedade de Geographia, fizeram uma visita à Serra do Gerês que mais tarde seria descrita na revista desta sociedade. Durante a sua permanência no Gerês, os dois homens participaram numa caçada realizada a 20 e 21 de Setembro, tendo dormido a noite na serra e fazendo a seguinte descrição...

"Na Serra do Gerez ha uns abrigos que chamam fornos, provavelmente por causa das portas que só se pode entrar engatinhando, e dentro d'essa cubata podem dormir nove ou dez homens, deitados em palha e muito unidos.

A pulga e muitas vezes o ganau enxameam aquelles domicilios, que servem de casa aos guardas do gado que á noite o reunem junto d'estes fornos em uns pequenos planos mais abrigados que chamam vezeiros. Vimos dois d'estes cacifres ou casebres, um mesmo na Portella de Leonte e outro em Albergaria; n'este ultimo estava um velho guardador de extensa barba branca, e pelo tempo, local e aspecto fazia sem grande difficuldades a felicidade de um sebastianista ferrenho.





Estavamos condemnados a estacionar e pernoitar no forno de Albergaria, porque a chuva continuava e continuou durante a tarde e durante a noite, quando um dos guias lembrou que era mais limpo o abrigo do Penedo da Palla, no sítio do Ranhado, que nos ficava a uns duzentos passos de distancia; podem lá dormir dez homens e cinco debaixo do penedo que fica logo ao pé, e os sete seguiram logo para o dito forno. Foram dez para o forno, e por esse motivo no abrigo da Palla apenas dormimos sete, perfeitamente abrigados e aquecidos pela constante fogueira que durou toda a noite, sendo alimentada com lenha de carvalhos, que ali se encontram derrocados e não aproveitados."

Evitando a estrada asfaltada, o regresso fez-se em sentido contrário pelo mesmo caminho.











Fotografias © Rui C. Barbosa (Todos os direitos reservados)