O sal humedeceu-me os lábios como uma onda de mágoa e saudade.
Os dias tornam-se cinzentos a cada passagem da Lua e as memórias esvaecem como a neve que se torna efémera sobre os raios de um Sol d'Inverno.
Tento sorrir todos os dias, mas o reflexo na gélida lagoa do meu ser mostra-me o semblante triste.
Tenho a saudade dos dias que tivemos, quase como sonhos que recordo por entre as brumas dos dias presentes.
É como uma paisagem cinzenta e escura, atravessada por um ribeiro de silêncio e de não existência.
Sou, agora, as memórias que se apagam...
...prefiro deixar de o ser...
...um floco de neve que cai, lentamente.
Um olhar que se fecha, humedecido... o sorriso que não existe.
Sussurar o teu nome na esperança de um eco...
...olhar os teus lábios e saber que já não se movem chamando por mim...
Fotografia © Rui C. Barbosa (Todos os direitos reservados)
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