quarta-feira, 14 de dezembro de 2016
Sou as ruínas que resistem
E no ocaso dos meus dias vejo a sombra que se aproxima...
Pelos recantos frios da montanha procurei um sinal do teu olhar...
Choro as lágrimas que prometi não chorar...
Uma promessa por cumprir, alguém se importará?
A torrente do tempo é implacável...
Tortura-nos a alma com as memórias da dor e do prazer...
Sou as ruínas que resistem.
O que sabes de mim? Apenas letras e sinais de um tempo que nunca foi nosso...
Não tenham orgulho de mim, desprezo a vida tal como ela é... miserável...
Procuro a sombra e a escuridão para descansar, fechar os olhos e sonhar com outros tempos...
Tempos há muito idos, como um imortal choro os dias passados...
Memórias que me torturam...
Não me beijes antes de eu fechar os olhos...
Não me beijes antes de suspirar pela última vez...
Partirei, apenas...
Mas...
...estarei ao teu lado na sombra que te acompanha...
Na brisa que te percorre o rosto...
No último raio de sol, na gota da chuva, no charco ao lado do teu reflexo...
Irei olhar a infinito vazio...
Procurar a paz, o silêncio que nos penetra a alma...
O prazer que me vai alimentar o espírito...
A vontade de um dia regressar... só...
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Escrito a 14 de Março de 2009
Fotografia © Rui C. Barbosa (Todos os direitos reservados)
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