quinta-feira, 8 de dezembro de 2016

Murmúrios em palavras que passam


Sombras que tombam silenciosas num sonho de montanhas e vales...
Sozinho numa montanha que escalo sem fim...
Vejo o teu sorriso nas nuvens que passam, velozes...
Momentos há muito idos, mas tu ficaste.

Abro os meus braços aos céus, deixo as lágrimas cair na rocha fria...
Escondemo-mos atrás de uma mortalha...
Os Invernos que passam, a melancolia e a tristeza que ficam...
Uma fé cruel que nos separa em dois mundos longínquos...

Rainha da noite
Os ventos e tempestades de Lilite, adorado demónio da noite!
Rituais pagãos que nos tornam vivos

Fecho os olhos e imagino-te no final do caminho...
O vento arrasta as memórias de um beijo e a saudade do teu toque...
Anseio largos horizontes, procuro conselhos nos ombros da deusa, Ataegina.
Lentamente correm as cinzas do tempo...

Não quero acordar do sonho.
Não quero viver o presente, recordar a alegria em tempos de mágoa...
Escuto a música do vazio, uma ode ao silêncio...
Escuto o teu murmúrio nas palavras que passam...

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Escrito nas Minas dos Carris a 28 de Abril de 2008

Fotografia © Rui C. Barbosa (Todos os direitos reservados)

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