sexta-feira, 16 de dezembro de 2016

De negro vestida


Chega uma sombra de negro vestida...
Vai enchendo os vales e as montanhas.
Cobrindo os belos anjos caídos, perdidos na graça da noite.
O teu olhar que se apaga, afogado numa saudade.

De negro vestida, chega uma sombra...
A sua passagem faz vibrar o ar.
As visões do que deveria ter sido.
Folhas caídas, a pálida luz de um entardecer.

Sinto o passar das almas, olhares que se perdem por entre as estrelas...
A suave música da noite, a saudade do beijo.
O latejar na pele do teu peito...
O abraço que ficou.

Chega uma sombra de negro vestida, um prenuncio dos dias frios...

Fotografia © José Afonso Duarte (Todos os direitos reservados)

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