Deveria ter sido a primeira ida aos Carris este ano, mas a chuva pela manhã cedo fez gorar os planos e decidi-me ir abastecer gasolina a Espanha (€1,36, é de aproveitar!) Encontro do Cubano com o Zé Moreira, dois dedos de conversa, um café e um mini-crossaint. Como a chuva não passava decidimos então deixar a aventura para outro dia... os Carris não fogem... Regresso à Portela do Homem e pelo caminho a estranha chuva que deixava marcas diferentes no pára-brisas... resto de neve certamente apesar de não estar assim tanto frio... Que fazer? Regressar a Braga com passagem pela Portela de Leonte pois havia a esperança de que algo se pudesse fazer neste dia chuvoso. Em Leonte, nada... nada de neve, nade de frio... só chuva! Apontei a viatura e o flash-verde lá saltitou pelos buracos da Albergaria. Foi já quando fazia a gincana para tentar aproveitar um pouco de estrada por entre os buracos, que a minha atenção foi desperta pelo levantar das nuvens no retrovisor do carro e a silhueta branca da serra surgiu com todo o seu esplendor. Manobra rápida e a busca por cobertura de telemóvel para uma chamada rápida.
"Um mata e o outro esfola", disse em tempos o Zé Moreira e minutos depois estávamos nós já a subir o carreiro para os Carris de Maceira deixando para trás o Curral de Maceira e a visão do vale que se encerrava nas profundezas da montanha coroada de branco. E que subida foi aquela... com os pulmões ainda mal refeitos de mais uma tentativa de ataque da gripalhada, cada golfada de ar trazia a energia necessária para o passo seguinte. Com muitas paragens, pois a oportunidade para fotografar e ver o espectáculo da neve, a subida ia-se fazendo ligeira. O primeiro nevão apanhou-nos quase a meia encosta. Já tinha saudades do silêncio que se faz enquanto a neve vai caindo serenamente, mas ainda sem deixar a sua marca na terra. Chegados ao Curral de Tábuas a neve era pouca, mas ali uns metros à frente, guardada pelo imponente Pé de Medela escondido pelo nevoeiro, a paisagem tornava-se em tons de cinza com o branco a dominar. E que espectáculo aquele era!! A Serra do Gerês apresentava-se única e tantas vezes sazonalmente pintada de branco.
Passados os Carris de Maceira, seguimos em direcção à Lomba de Pau e tivemos a oportunidade de discernir as então misteriosas Albas pela neblina e o imponente Borrageiro marcando presença na profunda e fria paisagem. Chegados à Lomba de Pau, caminhávamos já há muitos minutos no manto branco numa paisagem digna de um épico... ali era Caradhras! Almoço e café, algo quente para aquecer a alma, e prosseguimos a nossa jornada que passando pelo Vidoal nos levaria de volta à Portela de Leonte. Pelo caminho a neve não parou de cair até por alturas do Vidoal e das magníficas paisagens e truques que luz que se iam formando com o Sol a esconder-se...
Fotografias © Rui C. Barbosa
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1 comentário:
Magnífico!!
e agora vem uma semana sem chuva :| e ainda falta tanto para Sábado,eheh!
Abraço
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