sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

180... pelas alturas da Cabreirinha e dos Cabrões

Carris, 27 de Janeiro de 2012

A primeira visita às Minas dos Carris em 2012 foi abençoada com um dia frio e com vento, mas com paisagens e momentos únicos. A caminhada tinha dois objectivos: investigar mais locais de mineração pela área do marco geodésico dos Carris e determinar a localização dos marcos triangulados da Cabreirinha e do Altar de Cabrões.

A primeira surpresa do dia surgiu logo ao iniciar a caminhada com a marca do lobo junto ao Curral de S. Miguel mesmo no meio da estada, tipo mesmo a dizer "estas montanhas são nossas... deixem-nos em paz!". Pouco depois voltei a escutar o que penso ser uma corça, um som que já havia escutado anteriormente... uma bela prenda para começar o dia.

No alto da serra havia neve e gelo formando estranhas formas esculpidas pelo vento. De facto, parecia uma exposição do fantástico ao ar livre; figuras presas no tempo por momentos até ao Sol voltar a reinar nos píncaros serranos. Por enquanto reina o gelo e o frio... e assim está bem.

Passei por uma velhas minas a céu aberto que estão fora das concessões dos Carris e que como tal devem representar outras explorações menores... nada que uma visita aos arquivos não revolva. Já há muito tempo que não passava pelo marco geodésico dos Carris e também ele estava esculpido em parte pelo gelo soprado pelo forte vento que vinha dos lados da Nevosa. Um vento frio, cortante. Arrepiei caminho em direcção ao Altar de Cabrões onde não cheguei, envolto por um nevoeiro que ligeiro ia lambendo o granito e formando cornucópias no vazio. Uma paragem entre o nevoeiro mas sem silêncio que o vento fazia-se ouvir. E ali só, não procurei o sentido da vida nem tentei encontrar uma ligação com a montanha... estava li, só. Naquela altura, isso chegava... Era então tempo de baixar para locais mais amenos e iniciei o regresso às casas de Carris, onde me abriguei ao Sol... já em silêncio.

Mas de facto, não estava só lá em cima... um grupo de cinco montanheiros galegos visitavam as ruínas dos Carris. No regresso conversei com dois deles, mas aqui vai un saludo para ellos!























































Fotografias © Rui C. Barbosa