Carris, 31 de Dezembro de 2011
Já uma ou outra vez terei iniciado o ano com uma caminhada às Minas dos Carris. 2011 foi diferente... Qual a melhor maneira de terminar um ano e ganhar forças para o novo ano que agora chegou?
Manhã cedo na Portela do Homem, tempo frio mas sem chuva o que por si só era um bom augúrio para as horas que se seguiram. A caminhada fez ligeira, açoitados pelo frio que ia marcando presença e lembrando-nos da época do ano em que estamos. A certa a altura a paisagem, aqui e ali vigiada pelos novos guardiões das escarpas, foi-se turvando de cinza à medida que as nuvens iam descendo... ou nós subindo. Por alturas das Abrótegas e depois de passar os gelos das Águas Chocas, a paisagem pintava-se em tons de cinza. O Sol tentava penetrar no denso nevoeiro que por vezes deixava o vislumbre da silhueta do traço da montanha contra o céu azul e frio de Inverno.
Mais uma vez as ruínas estavam envoltas em nevoeiro dando à paisagem aquele ar fantasmagórico e sinistro que há muito é por ali comentado. A presença dos outros caminheiros atenuava a solidão do local, esquecido. Os velhos edifícios percorridos pelos farrapos de nevoeiro davam a oportunidade do instantâneo fotográfico que em nada se aproximará à sensação do momento vivido. Alguém disse que a fotografia capta momentos, mas eu digo que os momentos são muito grandes e cheios de sentimento para serem resumidos num instante digital.
Procurando abrigo era chegada a hora de aconchegar o corpo e restabelecer forças, apesar da hora ainda temperana. Aquecida a alma, prosseguimos a jornada e depois de passar pelo grande «mar» interior, seguimos pelo velho poço mineiro e debruçamo-nos sobre as altaneiras ameias que ao longe fazem lembrar paisagens da Terra Média.
Foi então chegada a hora do regresso, percorrendo o velho trilho serpenteante pela montanha pois o novo ano já se havia instalado noutras paragens...
Fotografias © Rui C. Barbosa
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1 comentário:
Gostei bastante do teu blog!
Todos os anos vou várias vezes para aqueles lados, de visita à minha avò, que mora em Lapela.
Vou sempre pelos Carris, não tantas vezes quanto desejava...
Este ano em Janeiro levo o meu sobrinho, que sempre me quis acompanhar.
Bom Ano Novo e boas caminhadas!
Luis
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