sábado, 18 de julho de 2009

Concessão mineira n.º 2807

Castanheiro, 4 de Junho de 2007

Um enquadramento histórico para o local que iremos visitar a 19 de Julho de 2009.

O volfrâmio no Castanheiro é descoberto por Armaldo Salgado (45 anos, Venda Nova) e por João de Deus Afonso (43 anos, Covêlo do Gerês) por pesquisa de superfície. O ponte de partida para a demarcação inicial da concessão é feito a partir de uma casa denominada 'Casa da Cabana'. A 10 de maio de 1943 todos os direitos são endossados a Artur Gonçalves Pereira que por sua vez endossa os direitos à Sociedade Mineira dos Castelos, Lda. a 8 de Junho de 1943.

A 1 de Julho de 1943 é proposto Francisco da Silva Pinto como Director Técnico, seguindo-lhe Pedro Simões a 2 de Janeiro de 1946 e Augusto Barata da Rocha a 2 de Abril de 1946. Nesta altura a sociedade era já representada por uma Comissão Administrativa nomeada pelo Ministério das Finanças. Os éditos de concessão são atribuídos a 17 de Julho de 1943.

A 2 de Outubro de 1943 é feita uma reclamação sobre os éditos anteriormente atribuídos. Esta reclamação é feira pela Sociedade Mineira de Cadeiró, Lda com sede em Cabeceiras de Basto e que era na altura possuidora do manifesto mineiro da 'Mina dos Carris de Cima' (registo n.º 302 de 21 de Junho de 1941).

A 22 de Maio de 1944 a Sociedade Mineira dos Castelos, Lda. requer o reconhecimento desta concessão como mina de molibdenite. A resposta a este requerimento só surge a 12 de Novembro de 1946 quando a Circunscrição Mineira do Norte informa que os trabalhos de pesquisa realizados só mostram a existência de volfrâmio. Nesta data é também informado que a reclamação da Sociedade Mineira de Cadeiró Lda. não é aceite, pois o pedido de concessão da 'Mina dos Carris de Cima' havia sido anulado.

Concedida provisoriamente por um período de três anos à Sociedade Mineira dos Castelos, Lda. a 11 de Fevereiro de 1948, a mina do Castanheiro estava registada com o número 782-P e possuía o alvará de concessão provisória n.º 4075. O pedido de concessão definitiva é feito a 31 de Outubro de 1950, sendo concedida a 20 de Dezembro de 1952 (alvará de concessão n.º 4993 publicado no Diário do Governo n.º 298, III.ª Série).

O pedido de transmissão para a Sociedade das Minas do Gerês, Lda. é feito a 25 de Julho de 1950. Nesta mesma data a Sociedade das Minas do Gerês, Lda. diz aceitar a transmissão e propõe como Director Técnico Guilherme Lopes da Silva. A transmissão da concessão é autorizada a 21 de Novembro de 1953. A 15 de Janeiro de 1954 é feito um pedido de homologação da transmissão, pedido esse que dá entrada na Circunscrição Mineira do Norte a 20 de Janeiro de 1954. Em 7 de Maio de 1954 é publicado o alvará de transmissão n.º 5217 no Diário do Governo n.º 108, 3.ª série.

A 14 de Janeiro de 1958 é proposto o nome de Luíz Anibal de Sá Fernandes como Director Técnico da Mina do Castanheiro e a sua nomeação é aprovada a 11 de Fevereiro de 1958 com o despacho a ser emitido a 25 de Fevereiro.

A 12 de Janeiro de 1966 é proposto Virgílio de Brito Murta como Director Técnico, sendo aprovado a 8 de Fevereiro de 1966.

Entre 1975 a 1978, a concessionária requer a suspensão da lavra da mina devido à dificuldade na obtenção de pessoal e em 1979, a concessionária requer a suspensão da lavra da mina, devido a pretender que ela fique como reserva da sua mina denominada Salto do Lobo.

Adriano Fernando Barros é proposto como Director Técnico desta concessão a 2 de Junho de 1980.

Em 1981 e 1982, a Sociedade das Minas do Gerês, Lda, requer a suspensão da lavra da mina por estar a proceder a um estudo geológico com vista ao bom aproveitamento do jazigo. Em 1983, 1987 e 1988, a concessionária requer a suspensão da laboração da mina, devido à muita baixa cotação dos minérios volframíticos.

A superfície de Fonte Castanheiro abrange uma área de 50 hectares. A demarcação da Mina de Castanheiro é constituída por quatro vértices A-B-C-D, com as seguintes coordenadas: A-M = 92,449 m e P = 341,245 m; B-M = 92,608 m e P = 340,773 m; C-M = 93,559 m e P = 311,085 m; D-M = 93,401 m e P = 341,561 m, tendo como referência do Castelo de S. Jorge.

Fotografia © Rui C. Barbosa (Todos os direitos reservados)

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