terça-feira, 26 de agosto de 2008

O fim das concessões mineiras em Carris (II)

Carris, 29 de Outubro de 1986

O dia 29 de Outubro de 1986 deverá ter sido um dia solitário em Carris. Um local onde já dominavam as ruínas que conhecemos, a degradação ia-se instalando. Porém, as Minas dos Carris eram um tema sério nos corredores da decisão do Parque Nacional da Peneda-Gerês e os passos para o seu final (que há muito já chegara) iam sendo dados.

Em 1986 tiveram lugar as "1ªs Jornadas de Geologia Regional" das quais, segundo os técnicos do parque nacional, saiu uma conclusão importante: que a exploração das minas de volfrâmio dentro da área do Parque Nacional da Peneda-Gerês não deveria ser prosseguida, recomendando-se a compra pelo estado dessas concessões.

Nesta data o Parque Nacional da Peneda-Gerês informou o Presidente do então Serviço Nacional de Parques, Reservas e Conservação da Natureza (SNPRCN), que concordou com a conclusão e solicita um contacto com a Direcção Geral de Geologia e Minas para desencadear o processo final de extinção das concessões.

Não deixa de ser interessante que ao se propor a compra das concessões se especifique que o objectivo é o de evitar "...degradações futuras" das "...conhecidas minas dos Carris...". A Direcção Geral de Geologia e Minas (DGGM) é informada do despacho do Secretário de Estado do Ambiente e dos Recursos Naturais, Carlos Pimenta, a 5 de Novembro de 1986 e a reunião é agendada pela DGGM para as 15h30 do dia 27 de Novembro do mesmo ano. Em carta enviada SNPRCN a 18 de Novembro, é referido que a reunião servirá para "...abordar o assunto relativo às concessões mineiras situadas na área do Parque Nacional da Peneda-Gerês...".

Fotografia: © Rui C. Barbosa

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