Os Prados Caveiros eram área de pastagem dos gados de Vilarinho da Furna, sendo o seu uso abandonado quando a aldeia se afundou nas águas da barragem que lhe queria tirar o nome. Foi este o principal destino desta caminhada que se iniciou na Portela de Leonte.
Seguindo pelo velho caminho florestal e evitando a estrada quando possível, chegava à casamata de Albergaria e iniciava a «longa» subida da Costa de Sabrosa que me levaria até à Lameira das Ruivas passando sobre o Canto do Rio Forno. A paisagem do Vale do Rio do Forno vai-se transformando num verdadeiro cenário outonal com as faias a iniciar o primeiro acto.
A Lameira das Ruivas marca a divisão dos carreiros que nos levam aos Prados Caveiros (esquerda) ou aos Prados da Messe (direita). Sigo então pela esquerda que me leva ao meu destino (!), passando no topo do impenetrável Vale do Ribeiro de Monção e chego aos Prados Caveiros. O seu nome virá de "Cabeiro", isto é, o que está ao final e "cimeiro", o que está na parte mais alta, sendo estas expressões são de uso comum nos Ancares. Sendo os Prados Caveiros os prados mais elevados de Vilarinho da Furna, seriam então "os que estavam na parte mais alta."
Os Prados Caveiros, com os seus imensos carvalhos e rodeados de verticais muralhas de granito, são um oásis de tranquilidade no sossego da montanha. Ali, respira-se a Paz que falta aos Homens, num ambiente dominado pela passagem do tempo.
Deixando o velho abrigo pastoril para trás, sigo pela grande chã que me conduz ao regato que a alimenta, iniciando então a subida pela Lomba de Burro, mas seguindo na direcção da Lomba do Cantarelo, porém sem a cumear. Por velhos carreiros que resistem à passagem dos dias, desço na direcção da imensa chã que forma os Prados da Messe, passando junto da ruína do velho abrigo dos Serviços Florestais, construído em 1908.
Nos Prados da Messe abasteci de água e segui caminho na direcção do Curral da Pedra e do Porto de Vacas, continuando depois para o Curral do Conho e Lomba de Pau. A parte final do percurso levava-me pela Chã de Gralheira e Lamas de Borrageiro, descendo à Preza e Vidoal, local do merecido descanso e almoço. O regresso à Portela de Leonte fez-se pela Chã de Carvalho.
Ficam algumas fotografias do dia...
Fotografias © Rui C. Barbosa (Todos os direitos reservados)
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