segunda-feira, 22 de maio de 2023

Serra do Gerês - Das Caldas ao Campo

 


Como percorrer a distância entre as Caldas do Gerês e o Campo do Gerês utilizando as estradas o menos possível? Foi este o desafio para este dia que começou com a frescura da manhã na vila termal e terminou com o calor da iminência de uma trovoada no Campo do Gerês.

Para o início desta jornada, escolhi a parte inicial da Etapa 13 (Gerês - Ermida) da Grande Rota da Peneda-Gerês até ao ponto onde entronca com o traçado do PR13 TBR - Trilho dos Currais no Penedo do Trovão. Neste ponto, segui o PR13 na direcção do Vidoeiro descendo a Corga da Sernada, para tentar uma ligação com Secelo. Quase ao chegar à zona do parque de merendas do antigo Curral do Vidoeiro, tomei um caminho florestal que me levou pela Corga do Ferro de Engomar à Quelha Verde, percorrendo a encosta até perto das Palas do Pisco.



Pelo caminho encontrei uma equipa de Sapadores Florestais em combate à infestação de mimosas. Estas importantes equipas desempenham um trabalhador especializado com perfil e formação específica adequados ao exercício das funções de gestão florestal e de defesa da floresta, desempenhando trabalhos de silvicultura preventiva, nomeadamente a gestão de combustível florestal, recorrendo a técnicas manuais, moto manuais, mecânicas ou fogo controlado, entre outras; trabalhos de manutenção e proteção de povoamentos florestais, promovendo a gestão florestal e o controlo de agentes bióticos nocivos; tarefas de silvicultura de caráter geral, além da instalação, manutenção e beneficiação de infraestruturas de defesa da floresta e de apoio à gestão rural; sensibilização das populações; desempenham acções de vigilância, primeira intervenção e apoio ao combate a incêndios rurais, apoio a operações de rescaldo e vigilância ativa pós-rescaldo; e acções de estabilização de emergência que promovam a recuperação do potencial produtivo.

Assim, são equipas extremamente importantes na preservação do Parque Nacional da Peneda-Gerês que, com o corpo de Vigilantes da Natureza, mereciam uma melhor atenção por parte da tutela.

Após uma curta conversa com alguns elementos da equipa de Sapadores Florestais, prossegui na demanda que me havia proposto e tentei adiantar caminho saindo já junto da Ponte da Figueira. Porém, a prudência fez-me evitar uma «curta» descida de uns 20 a 30 metros que me permitiria adiantar caminho, mas que representava um risco muito elevado de queda numa zona com muitos detritos de vegetação. Voltando para trás, acabaria por ter uma recompensa ao encontrar um velho vaso de recolha de resina do tempo dos Serviços Florestais que jazia no chão com as evidentes marcas do último incêndio que há já muito anos lambeu toda aquela encosta.


Voltando assim para trás, em pouco tempo estava no velho Curral do Vidoeiro refrescando-me junto da Fonte da Quelha Verde, pois o calor já apertava naquela hora. Caminhando uns 200 metros pela Estrada Nacional N308-1, tomava então um carreiro paralelo à estrada que em tempos fez parte do inactivo Trilho de Secelo e que me levaria até Secelo, cruzando algumas vezes a estrada nacional. Após o Parque de Merendas de Secelo, tomei então um carreiro que me levaria ao traçado da parte inicial do PR10 TBR Trilho da Preguiça.

Entrando do Trilho da Preguiça, segui na direcção da Cascata e Curral da Laja, passando depois pelo Curral da Mijaceira com o seu forno pastoril e seguindo para a base da Cascata de Leonte, através do antigo caminho florestal que ligava as Caldas do Gerês à Portela de Leonte. Neste troço são ainda visíveis os restos da calçada portuguesa que tapeteava o percurso. Passando a Cascata de Leonte, e subindo um curto carreiro, chegava de novo à Estrada Nacional E308-1 que segui até chegar à ponte sobre o Rio Gerês, seguindo agora por um caminho na sua margem direita até à Fonte do Escalheiro e daqui até à Portela de Leonte, local de um curto descanso para hidratar.

Nesta fase o cansaço já apertava devido ao calor, enquanto o céu se cobria de pesadas nuvens ansiosas de descarregar a sua vontade na paisagem. Se a primeira parte da jornada me havia levado desde as Caldas do Gerês até à Portela de Leonte passando pelo Penedo do Trovão, Curral do Vidoeiro, Secelo, Preguiça e Cascata de Leonte, a segunda parte do percurso levar-me-ia até ao Campo do Gerês seguindo os carreiros de pé posto pela serra. O objectivo havia sido percorrer a menor distância possível em estradas e estas ficariam quase por completo na primeira parte da jornada.

Tomando então o caminho florestal que se inicia atrás da Casa Florestal de Leonte, segui em direcção à Portela de Confurco e daqui até à base do Pé de Cabril. Depois, e tomando a direcção Sul, passava por Onde Cria a Pássara e seguia para o Prado, onde finalmente me decidi a fazer uma pausa mais longa para retemperar forças enquanto algumas pingas de chuva iam caindo.

Deixando o Prado, segui para o Curral de Gamil entrando brevemente no traçado do PR11 TBR Trilho das Silhas dos Ursos e iniciei a descida final para o Campo do Gerês ao longo das Vitoreiras.

Foi assim uma jornada de 18,0 km com 1.218 m D+. 

Ficam algumas fotografias do dia...




























Fotografias © Rui C. Barbosa (Todos os direitos reservados)

2 comentários:

Francisco Ascensão disse...

Rui, quando saem os programas de caminhada de verão?

Rui C. Barbosa disse...

Estão aqui, https://geres.pt/programa-anual-de-caminhadas/