terça-feira, 23 de maio de 2023

Andar de cavalo para burro (II)

 


Não passaram muitos dias desde que escrevi o texto a seguir, mas as minhas mais recentes caminhadas pelo Parque Nacional só confirmam o que está escrito. Pois, sim, lá vem mais uma chamada de atenção sobre o assunto e muitas serão feitas sempre que necessário!

A imagem em cima mostra os restos de uma estadia no abrigo pastoril dos Prados da Messe.

Nos últimos tempos cada vez escuto e leio mais afirmações sobre a quantidade de lixo que se encontra pelas serras do Parque Nacional da Peneda-Gerês (PNPG).

Ora é o lixo espalhado pela Mata de Albergaria, ora são as sanitas a céu aberto na Pedra Bela. Ora é o lixo nos abrigos dos pastores, ora é o lixo escondido entre as rochas nos caminhos. Ora são depósitos de lixos nas Minas dos Carris, ora é o lixo visto nas bermas das estradas que cruzam as serras.

Subitamente, parece que regredimos e se até há bem pouco, pouco lixo se via pela serra, nos últimos tempos este tem surgido, como se a mudança de estação tivesse trazido um tipo de visitantes às serranias do Parque Nacional aos quais já não estávamos habituados.

Como é óbvio isto tem repercussões em quem vive no PNPG ao verem as suas aldeias, lugares, caminhos e abrigos conspurcados com uma presença que acabam por não, obviamente, desejar.

Há pouco tempo alertou-se para o cuidado que se deve ter na utilização dos abrigos pastoris. A utilização dos abrigos pastoris pode ser feita por todos os que demandam a tranquilidade retemperadora da serra, se bem que condicionada à presença dos pastores, pois são propriedade dos baldios ou das vezeiras, tendo estes a óbvia prioridade. Sendo uma casa comum, para alguns não será mais do que um chiqueiro onde gostam de dormir, pois a quantidade de lixo que por lá deixam ficar é apenas a amostra da sua imbecilidade e estupidez.

Gosto de passar pelos sítios e de sentir que sou o primeiro que por ali passa e desta maneira, fico agradecido a quem leva o seu lixo de volta, mesmo as cascas de fruta que os mais badalhocos insistem fazer bem ao entorno... "É adubo", dizem!

Todo o lixo que produzimos nas caminhadas deve ser trazido de volta nas mochilas e nada - mesmo nada! - deverá ficar na montanha. Muito menos o lixo orgânico, tais como as cascas de fruta que muitos de reduzida inteligência justificam ser bom adubo para a terra como forma de justificar a estupidez!

Fotografia © Rui C. Barbosa (Todos os direitos reservados)

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