segunda-feira, 14 de novembro de 2022

Serra do Gerês - Caminhada em dia de lobo

 


Diz-se que é um 'dia de lobo' na serra quando esta está envolta por um denso nevoeiro e foi assim que a Serra do Gerês esteve neste dia, com o nevoeiro que se movia lentamente pelas encostas, deixando uma camada de humidade por onde passava. Adivinhava-se a chuva para o dia e para os dias seguintes, e assim a caminhada teria de servir para o resto da semana... ou não.

Deixei a casa manhã cedo e rumei a Pereiró já nos arredores das Caldas do Gerês e daí desci à vila, tranquila às primeiras horas da manhã. Seguindo pela Carona, comecei a subida para a Pedra Bela ao som dos pequenos ribeiros que descem a encosta da serra e envolvido pela brisa que ia empurrando as nuvens serra acima. O percurso levou-me a passar no Parque de Merendas do Curral do Gaio, mesmo antes da 'pedra de velar', a Pedra Bela, seguindo depois pela estrada florestal que percorre a Encosta de Cacaruto, passando nas imediações do Penedo de Cacaruto.



Tomando um desvio à direita, subi então para o Curral da Lomba de Vidoeiro, tomando depois a direcção do Vale de Teixeira após passar o curral e o cercado da vergonha. Entrando no Vale de Teixeira, o carreiro vai percorrer a Encosta da Boca do Suero até à margem direita do Rio de Teixeira, atravessando-o e seguindo na direcção do Curral do Cambalhão. No início da descida para o fundo do vale, este encontrava-se mergulhado num denso nevoeiro que acabaria por levantar por momentos permitindo o vislumbre da monumental paisagem que ali se desenha.

Passado o Curral do Cambalhão, segui em direcção à Garganta da Preza e iniciei a subida para o Curral do Junco. Por momentos, ainda equacionei a hipótese de seguir pela Pegada das Ruivas até à Chã da Fonte, mas o tempo de iria consumir nessa subida revelar-se-ia crucial para não se surpreendido pela chuva muito longe do término da jornada. Assim, passei o Curral do Junco e em pouco tempo estava no Colo da Preza olhando já o Vale de Teixeira que se escondia por detrás de uma densa cortina cinzenta. Para Norte, a paisagem abria-se e revelava o fundo da Corga de Lavadouros e a Roca d'Arte que se ia deslocando na paisagem à medida que descia para o Prado do Vidoal rodeando o Outeiro Moço.




Iniciava então a descida para a Chã do Carvalho e pouco depois chegava à Portela de Leonte com as suas vestes outonais, seguindo então na direcção da base do Pé de Cabril passando na Portela de Confurco e na parte superior da Corga D'reita. Chegando ao Pé de Cabril prossegui para o Prado, passando por Onde Cria a Pássara e Corvelhe.

O Prado estava coberto por uma densa camada de nevoeiro que encobria os seus seculares carvalhos mortos e o seu abrigo pastoril. Rumei então na direcção da Fenteira do Prado e depois, ladeando a Boca do Rio, chegava à Manga da Tojeira e Vale do Meio, descendo então para a Casa Florestal de Junceda, onde me esperava o merecido descanso antes dos quilómetros finais.



A descida final, acompanhando o traçado do Trilho dos Miradouros, levou-me a passar na Fraga do Torgo e mais abaixo nas Palas, terminando então em Pereiró já com a chuva que ia caindo e após 22,2 km percorridos.

Ficam algumas fotografias do dia...














































Fotografias © Rui C. Barbosa (Todos os direitos reservados)

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