Ao contrário do que tem sido propagado por grupos na rede social Facebook, a intervenção na Mata Nacional do Gerês não é ilegal e está inserida num plano cujo objectivo é diminuir a ameaça dos incêndios rurais e as espécies invasoras.
É um trabalho que demora longos períodos quando se tem por objectivo a reconversão de povoamentos de resinosas em carvalhal. Um carvalhal não se desenvolve em meses, por isso não se espere ver uma mata autóctone regenerada nos próximos tempos.
Fica o esclarecimento do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas sobre os trabalhos em curso:
A Mata Nacional do Gerês, criada em 1888, insere-se no Parque Nacional da Peneda-Gerês e ocupa uma área de 5013 ha, no Concelho de Terras de Bouro, abrangendo a parte superior do vale do rio Homem, até à albufeira de Vilarinho das Furnas e a parte superior do vale do rio Gerês.
O ICNF, entidade responsável pela sua gestão, tem desenvolvido um conjunto de intervenções enquadradas no âmbito do Plano de Ordenamento do Parque Nacional da Peneda-Gerês, com o objetivo de diminuir, fundamentalmente, dois fatores de ameaça aos habitats naturais: os incêndios rurais e a presença de espécies exóticas e invasoras.
Neste seguimento, e tendo em vista a execução de faixas de gestão de combustível e eliminação de árvores em mau estado fitossanitário, bem como a reconversão de povoamentos de resinosas em carvalhal, foi recentemente alienado um lote de material lenhoso (Lote nº 01/2019 Mata Nacional Gerês), estando em curso a sua extração. As intervenções desenvolvem-se ao longo da rede viária e têm como principal objetivo a redução do risco de incêndio, através da execução de faixas de gestão de combustível, estando prevista a remoção de espécies resinosas (pinheiros-bravos e pinheiros-negros), com cerca de 70 anos de idade, em mau estado fitossanitário, devido a um forte ataque de escolitídeos, observando-se uma mortalidade significativa.
Considerando que existe, neste local, uma forte regeneração de carvalhos, pilriteiros e padreiros (espécies autóctones) esta intervenção permitirá ainda a reconversão de manchas de resinosas em povoamentos de folhosas.
Em suma, a intervenção em curso permitirá o aproveitamento da regeneração natural e contribuirá para a redução do risco de incêndio, junto à estrada Gerês-Portela do Homem e habitações de Cecelo, e para a valorização e recuperação da flora autóctone. Os trabalhos de abate e retirada do arvoredo em causa são acompanhados diariamente por colaboradores do ICNF.
Fotografia © ICNF (Todos os direitos reservados)
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