sábado, 27 de agosto de 2016

A «prostituição» da Serra do Gerês


Eis o resultado da negligência e da falta de investimento no Parque Nacional da Peneda-Gerês. Eis o resultado da negligência e falta de cultura cívica e ambiental de quem visita uma área protegida e pensa que está num jardim zoológico.

Há muitos anos atrás enquanto que colaborava no controlo gratuito do trânsito na Mata de Albergaria, alguém me fazia pergunta sobre a "hora de abertura do parque", sobre o "local onde se podiam ver os leões e as girafas no parque", e "para que país ia a estrada que ligava à fronteira?" Em tantos anos parece que muito pouco mudou. Continuamos a ter visitantes de ocasião que em nada contribuem para a economia local e continuamos com um espaço sem capacidade para conseguir encaixar tantos visitantes.

É a verdadeira «prostituição» da Serra do Gerês. Como referiu Isabel Sousa na sua página numa rede social sobre uma problemática semelhante vivida nos Açores, "Porquê cometer erros que outros já cometeram? Porquê ceder ao "dinheiro" rápido? Porque permitimos a "prostituição" da nossa cultura, das nossas paisagens, da nossa identidade? Turismo sim, mas de forma sustentável!"

Quem acha que o Gerês tem capacidade para tanta gente ou está a ser intelectualmente desonesto ou não faz a mínima ideia do que está a falar.

Entretanto algumas pérolas... "Embora nos custe pagar 1,5 euros, acho bem, para não prejudicar a mata. O Gerês tem de ser preservado." Esta gente pensa que pagando a taxa de acesso, deixa de fazer mal à Mata! Brilhante! "Tem lógica pagar-se tratando-se de uma zona protegida. No Verão há sempre muitos automóveis a circular por aqui." E continuam a circular, quer se pague quer não, o que nos leva a concluir que a taxa é simplesmente INEFICAZ no controlo do acesso de veículos motorizados à Mata de Albergaria!

QUER-SE MAIS FISCALIZAÇÃO! QUER-SE MAIS INVESTIMENTO NO PARQUE NACIONAL!

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