Divulgo aqui um trabalho de Manuel Antunes que pode ser acedido aqui sobre o projecto museológico de Vilarinho da Furna que foi publicado na Revista Iberoamericana de Turismo.
Vilarinho da Furna era uma pequena aldeia da freguesia de S. João do Campo, do concelho de Terras de Bouro, distrito de Braga, em Portugal, vizinha da Galiza. Não fosse a sua riqueza etnográfica e a construção da barragem que pôs termo à sua existência e Vilarinho da Furna seria, hoje, uma aldeia esquecida na vastidão das serras do Minho. Mas tal não aconteceu porque os olhos dos etnólogos descobriram em Vilarinho uma relíquia da velha organização comunitária.
O comunitarismo de Vilarinho era, pelo menos, um caso invulgar. Os traços fundamentais deste sistema comunitário situavam-se ao nível das condições económicas e da organização social. Até que uma companhia construtora de barragens chegou, inaugurando sua barragem em 21 de Maio de 1972.
Hoje, os furnenses estão organizados na Associação dos Antigos Habitantes de Vilarinho da Furna - AFURNA, criada em Outubro de 1985, que tem por objectivo a defesa, valorização e promoção do património cultural, colectivo e/ou comunitário do antigo povo de Vilarinho. Esse património é, fundamentalmente, constituído pelas componentes histórico-cultural e socioeconómica. Daí as tarefas e/ou acções a desenvolver nas áreas da cultura, da formação, da investigação científica e do desenvolvimento económico-social, em articulação com o Museu Etnográfico de Vilarinho da Furna, entretanto criado. Nesse Museu pretende-se, principalmente, documentar a vida de Vilarinho da Furna, nas suas semelhanças e diferenças com outras aldeias da região. E fazer dele um Centro Cultural polivalente, com as necessárias infraestruturas para o desenvolvimento cultural e científico, ao serviço das populações em que se insere. De facto, trata-se de um projecto integrado, que transformará esta zona num importante pólo de desenvolvimento regional sustentável, com inestimáveis benefícios, não apenas para as populações aí residentes, mas para o próprio país.
Fotografia © Rui C. Barbosa (Todos os direitos reservados)
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