Para desanuviar da miséria dos incêndios...
Este deve ter sido um dos piores dias do ano para se caminhar na Serra do Gerês. Pelas 9:00 o Sol já queimava a pele e a humidade no ar era muito baixa, bastaram meia dúzia de passos para que o suor começasse a escorrer pelo rosto.
A decisão que havia tomado há muitos atrás havia sido providencial, isto é, desistir da Cruz do Touro e ir «explorar novas paisagens» para os lados de Varziela. Seria uma caminhada curta, não muito longe de pontos de água e com um regresso abrigado do Sol. Assim, saída da Portela de Leonte tomando o estradão que segue por detrás da ruínas da antiga Casa Florestal de Leonte. Percorrendo algumas centenas de metros pelo estradão, vai-se encontrar um trilho marcado com mariolas do lado esquerdo que nos levará até à Portela do Confurco onde encontramos uma grande mariola e uma placa indicativa do Pé de Cabril e de Varziela.
Seguindo pela direita (Varziela) toma-se de novo um trilho assinalado por mariolas que nos levará a partir de certa altura para o Prado Marelo ou para o Cancelo. Desta vez decidi optar pelo Prado Marelo pois tinha curiosidade em confirmar a ligação com o Curral do Marinho. O caminho encontra-se limpo e bem assinalado permitindo uma passagem sem problemas pelo Prado Marelo e o posterior acesso ao Curral do Marinho. No entanto, esta ligação deverá ser mais complicada em dias húmidos ou de chuva e talvez mesmo impossível em dias de gelo devido a algumas passagens mais inclinadas.
O trilho leva-nos para um ponto já «à frente» do Curral do Marinho, mas como o acesso era óbvio decidi então optar pelo «assalto» às mariolas que há já muito tempo me interrogavam. De facto, aquelas mariolas só ali estarão para marcar aquele ponto alto, mas o local permite uma espantosa vista sobre a Barragem de Vilarinho das Furnas e sobre a vertente Sul da Serra Amarela, permitindo também um olhar pouco usual sobre parte da Mata de Albergaria. Enquanto perscrutava a paisagem, apercebi-me da coluna de fumo que se elevava sobre a Serra do Gerês e inundava toda a Serra do Xurés. Assisti ainda à passagem de um helicóptero que transportou os bombeiros para o combate ao fogo e à chegava dos dois aviões anfíbios que também ajudaram no combate.
Ainda a partir daquele local, visitei um marco triangulado que desconhecia e que em tempos certamente foi utilizado para definir os limites do antigo Gerês Florestal.
O regresso foi feito seguindo parte do Trilho de Varziela passando pelo Curral de Varziela e depois descendo para perto do Rio de Maceira que me levou à estrada para Leonte.
Algumas imagens do dia...
Fotografia: © Rui C. Barbosa
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