sexta-feira, 25 de junho de 2010

Caminhar no Vale do Homem

Segundo o actual Plano de Ordenamento do Parque Nacional da Peneda-Gerês, a caminhada no vale do Rio Homem entre a Abilheirinha e a Ponte das Abrótegas é interdita pois o trajecto está localizada dentro de uma Zona de Protecção Total.

No entanto, os visitantes nacionais e estrangeiros (principalmente estes que não são obrigados a conhecer em pormenor as leis do nosso país e que se baseiem somente na informação da Pan Parks) são convidados a passearem-se pelas florestas verdejantes e a observar as peculiares formas rochosas do Vale do Rio Homem no seguinte sítio.

Este passeio pode até ser mais interessante se contactarem com os parceiros locais que podem sempre vender uma actividade de aventura. Esta é a verdadeira chalaça das zonas wilderness da Pan Parks: se pagares podes usar e para a fossa com a protecção do local, se não pagares então há que proteger totalmente a zona e punir quem por lá passa.

São estes imbróglios que foram criados para satisfação de egos que depois acabaram por criar problemas que são inultrapassáveis na actual conjuntura em que se encontra o Parque Nacional da Peneda-Gerês: populações contra o PNPG; populações que exigem direitos mas que por alturas parecem esquecer-se dos deveres; um PNPG que vive uma realidade inexistente; um PNPG que por vezes actua «contra» as populações; um país surreal...

Fotografia: © Pan Park

3 comentários:

Jorge Sousa disse...

Olá Rui. Esta é a confirmação daquilo que referi há uns meses:
"Será que eles pensam que, quem tem dinheiro protege melhor o ambiente? Ou pior: “- Quem paga pode estragar porque a massa já cá canta?!”" Ver em: http://bota-rota.blogspot.com/2009/11/portcaria-1245.html Enfim, é triste mas, é o país que temos... Cumprimentos, Jorge Sousa www.bota-rota.blogspot.com

Mundo da Alma disse...

São coisas para inglês ver, enquanto o país se afunda mais e mais na fossa do estreitamento da sua "não tinha de ser assim", mentalidade prevalecente, de cada um no seu quintal, e não me chateiem. Porquê?.Bem...várias coisas; um modelo democrático lamentávelmente defeituoso, de ca um no seu quintal(partido), e uma cultura envelhecida que não tem educado as gentes para pensarem pelas suas cabeçinhas, verem com os seus olhos e compreenderem com a sua própria compreensão para que possamos aprender com as melhores ideias, sem preconceito de onde venham.Resultado?...cá vamos "andando":)Abraço Rui e até um dia.

DuK disse...

O que é estranho nisto é o PNPG não saber interpretar esta nova portaria, tanto não sabe que nem responde aos mail´s de pedidos de esclarecimento. E parece que o ICNB está agora a perceber que esta nova portaria está incompleta, confusa, sujeita a inumeras interpretações dispares e de acordo de quem a lê.

Aparte disto, temos um ministerio do ambiente que quer fazer da zona Peneda-Geres um Fun Park radical, explorado às escondidas por meia duzia de empresas de aventura e que eles acham que pode ter proveitos economicos.

Pura fantasia!! Ninguem tem culpa que o governo tenha limitado no orçamento de estado os valores a atribuir ao ICNB / Min. Ambiente. Mas se o governo limitou, não devem ser os contribuintes a colmatar esse defice (já o fazem diariamente, mensalmente e anualmente via os impostos que todos conhecemos e que sobem a cada dia que passa).

Mas o grave disto tudo é que o PNPG não sabe o que fazer em relação às taxas!! Enquanto a duvider persistir (pq persiste, mesmo em relação aos clubes, pois o respondido pelo ICNB sobre esse assunto é claramente uma resposta de desconhecimento da practica e provavelmente até ja se aperceberam que estão a juntar actividades ludicas com actividades lucrativas ou sujeitas a pagamento).

Sinceramente o assunto já cansa, principalmente pela inércia do PNPG, pois a eles cabe acabar com as duvidas e se não tem capacidade de o fazer, devem reportar à entidade que os tutela.

Resolvam o assunto, sejam transparentes, deixem-se de subterfugios e ao menos dêm ao PN a utilidade para que ele foi criado ou pensam que foi para ser uma feira popular?!?!

E a falta de verbas não justifica tudo, pois esclarecer o cidadão comum é de borla!

Abraços!!