segunda-feira, 21 de junho de 2010

Brandas e Inverneiras de Castro Laboreiro

Teve lugar no dia 20 de Junho a segunda parte de uma actividade iniciada já no dia anterior e que tinha como objectivo uma acção exploratória sobre o povoamento típico de Castro Laboreiro e a cultura castreja, com visita guiada a uma Branda (Portos) e a uma Inverneira (Pontes), actividade esta promovida pela ADERE Peneda-Gerês.

As brandas e inverneiras são povoamentos típicos das Serras do Soajo e da Peneda. Estes são pequenos núcleos habitacionais temporários e cuja origem está relacionada com a necessidade das populações utilizarem os pastos localizados na serra para alimentar o gado e está associado a um processo de transumância que garante os alimentos e a sobrevivência das populações serranas.

A "inverneira", tal como o nome indica, é a aldeia onde a família passa o Inverno. Localizada em vales em altitudes baixas, via as famílias mudaram-se para lá mo princípio do Outono, e aí permaneciam até Março. Nessa altura, deslocavam-se de novo para a "branda", onde se fazem as sementeiras e onde se passa a maior parte do ano. Hoje em dia, nas poucas aldeias que mantêm a tradição, as pessoas apenas levam os animais e alguns haveres, ao contrário de antigamente, em que as pessoas levavam até a mobília.

Estes núcleos habitacionais são, sem dúvida, um elemento importante da cultura da população desta zona do Parque Nacional da Peneda-Gerês.

Ao contrário do que havia acontecido na visita a Paredes do Rio no dia 13 de Junho, esta actividace contou já com a presença de mais pessoas interessadas em saber mais um pouco dos modos de vida peculiares daquelas terras.

Após a concentração em Castro Laboreiro, o grupo de mais de 15 pessoas dirigiu-se à Branda de Portos situada no bordo do planalto castrejo. Tal como a maioria das brandas, Portos encontra-se já marcada pelo desenvolvimento e os sinais de descaracterização começam por se instalar no pequeno lugar que no entanto é o dos menos influenciados pela passagem do tempo. Os guias Carla e André, foram-nos explicando as características do lugar levando-nos pelas suas ruas até á velha Ponte de Portos, de tipologia singular da qual não se conhece outro exemplar no concelho de Melgaço. Peculiar também a fonte de Portos cuja água raramente congela nos dias mais frios de Inverno.

Após a explicação sobre os métodos peculiares de uma transumância característica da região na qual toda a aldeia de mudava de armas e bagagens para outro lugar dependendo da época do ano, a visita prosseguiu com uma passagem por uma Inverneira, Pontes, localizada no vale do Rio Laboreiro. Se em Portos seria relativamente fácil encontrar os dois vizinhos que lá habitam, em Pontes a desertificação do lugar está mais avançada com muitos dos seus edifícios em abandono. Pontes é peculiar pelo seu aqueduto único, que servia para transporte das águas para os campos de cultivo, e o seu pequeno forno comunitário ainda em relativo bom estado.

Este fim-de-semana foi mais uma excelente iniciativa da ADERE Peneda-Gerês que continua no próximo fim-de-semana com uma série de actividades na Porta de S. João do Campo.

Portos

















Pontes























Fotografias: © Rui C. Barbosa

1 comentário:

Ana Nascimento disse...

Boa noite,

Sou estudante de arquitectura do 5º ano e como tema de dissertação escolhi as brandes e inverneiras , e por coincidência este mesmo local portos, não sei se era possível conseguir arranjar-me alguma informação ou indicar-me onde poderei encontrar mais informações. Ficarei muito grata.

Deixo o meu e-mail caso seja necessário anasofiajn@gmail.com

Um obrigada, Ana Nascimento