Carris, 14 de Outubro de 1961
O texto seguinte é uma transcrição de uma carta enviada pelo então Presidente da Câmara de Montalegre ao governo onde é relatada a situação conflituosa existente entre as duas partes que inicialmente reclamavam a posse da concessão do Salto do Lobo:
"A 24 de Junho de 1961 Domingos da Silva fez o registo mineiro 303 do sítio denominado 'Salto do Lobo'. a 11 de Julho de 1941 José Maria Gonçalves Freitas e Abílio Gonçalves Barroso fazem também o registo mineiro 318 denominado 'Carris e Salto do Lobo', que se sobrepõe ao registo anterior.
O segundo registo é feito com a clara intenção de prejudicar o proprietário do primeiro registo e sob a desmedida ambição que nada respeita, veio originar grave questão, que teria causas verdadeiramente lamentáveis se eu, na qualidade de delegado policial neste concelho, não interviesse, ordenando a paralisação dos trabalhos de pesquisa já encetados por ambos os proprietários dos registos.
A situação mantém-se há dois meses e neste dia Domingos da Silva entregou na câmara uma petição para retomar os trabalhos. (...)"
A Direcção Geral de Minas e Serviços Geológicos respondeu a 24 de Novembro de 1941 à carta do Presidente da Câmara de Montalegre, afirmando que se deveria manter a decisão camarária e que não deveria ser autorizada qualquer nova pesquisa. Por outro lado, fazia constatar que o segundo proprietário não poderia trabalhar porque a sua pretensão era mais recente e porque Domingos da Silva já havia naquela data pedido a concessão.
Nos meses que se seguiram ambas as partes apresentaram argumentos relativos à legítima posse da concessão do Salto do Lobo e este desentendimento só seria resolvido em 1943 com a posse dos registos por parte da Sociedade Mineira dos Castelos, Lda.
Fotografia: © Rui C. Barbosa
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