segunda-feira, 5 de fevereiro de 2007

O mergulho

Carris, 22 de Junho de 2003

...depois da chegada a Carris, cansado, deito-me no granito quente do Penedo da Saudade. A leve brisa torna o ar quente de Agosto mais ameno. O Sol começara a tornar-se implacável por entre as nuvens que passeiam calmas no céu.

A pele a tocar na rocha, os músculos relaxam... as caminhadas tornam-se quase uma rotina, transformando-se numa torrente de emoções à procura de algo novo à medida que nos aproximamos do final... A roupa suada cola-se ao corpo e a água quase não existe... 'tenho de ir á lagoa molhar os pés... ou dar um mergulho... nú...'

Lentamente o cansaço vai-nos vencendo e escorregamos para um mundo de sonhos sobre o granito ameno, a brisa embala-nos e o silêncio recortado pelo leve cantar dos ventos deixa-nos deslizar... Os sentidos tornam-se mais activos, o tempo vai passando... o silêncio torna-se pesado e por vezes parece que ao longe surgem outras vozes que não a nossa... Sonhamos com Carris ali tão perto e outras aventuras, outros tempos... outros sonhos...

Acordamos ao de leve... ajeitamo-nos sobre a rocha, quente... quente? 'Sim senhor, lindo escaldão!...'

Fotografia © Rui C. Barbosa

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