A urgência do civismo

 

Já cansa falar sempre da forma como as pessoas se comportam no Parque Nacional, e não só, nos seus tempos livres.

Um passeio pela Mata de Albergaria, na Serra do Gerês, é elucidativa da forma como temos regredido como sociedade nos anos mais recentes. A falta de civismo e o desrespeito pela Natureza é atroz: papéis, latas de bebidas, invólucros de produtos alimentares, garrafas de plástico e garrafas de vidro, papel higiénico usado, lenços, pensos higiénicos, lixo, lixo e mais lixo, desrespeito por quem caminha, velocidade em terra batida, ruído, buzinas, velocidade em área protegida, desrespeito pela sinalética de trânsito, desrespeito por quem trabalha, automóveis, automóveis e mais automóveis, berros, gritos, música alta!

À chegada ao Campo do Gerês, em zona de merendeiro, são os carros estacionados em cima dos passeios com um parque de estacionamento a pouco metros, muitos dos carros com matrículas estrangeiras, mas sem serem de estrangeiros, fogões e assadores com erva seca por perto!

Este é um turismo que não traz um cêntimo para o concelho, mas o concelho penaliza com taxas turísticas quem deixa muitos euros por cá. Este é o turismo que deixa lixo e porcaria para que os que consomem por cá, paguem a factura da limpeza e da manutenção.

Um passeio pelos vales na serra mais frequentado é ver os animais a comer o plástico e o lixo que por ali fica. Quem o deixa ficar não é capaz de pensar um pouco e ter a noção de que esse lixo pode ser a morte de um animal?

É urgente proteger o Parque Nacional! É urgente a tomada de medidas que evitem o fim da nossa jóia da coroa da Natureza em Portugal. É urgente uma vigilância presente, apertada e activa! É urgente uma educação para que sejamos mais empáticos com quem cá habita e quem cá habita tenha a noção de que, com o correr dos tempos que vivemos, o território só se aguentará com um turismo de excelência!

É a urgência do civismo!

Fotografias © Rui C. Barbosa (Todos os direitos reservados)