quinta-feira, 28 de junho de 2018

O pôr do sol dos meus dias


O crepúsculo cai arrastando consigo o silêncio dos cantos escuros
As sombras transmutam-se na cor pálida de ramos retorcidos em florestas de sonhos
Sinto-me pairar sobre uma paleta de ténues cores de fogo
A antecâmara dos meus medos onde vivem anjos e demónios famintos
Caminho de pés descalços sobre estaladiças folhas de Outono numa floresta escura
Silhuetas pálidas dançam à minha volta; são como fantasmas que me transpassam a alma à luz tépida do luar
Procuro-te desde sempre por entre as sombras dos dias e no sonho encontrei-te para lá dos montes e colinas
Sussurro palavras ao vento e todos os momentos eu espero por algo que nunca chegará
Transporto os fragmentos das nossas memórias para lá das muralhas quentes que adornaram o ocaso
Três lágrimas correram pelo meu rosto
Três rosas adornam o teu olhar
...e chega o pôr do Sol dos meus dias.


Fotografia © Rui C. Barbosa (Todos os direitos reservados)

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