segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

Vale do Alto Homem em 2012



Para terminar 2012, o Vale do Alto Homem ao longo do ano...

Vídeo: © Rui C. Barbosa

domingo, 30 de dezembro de 2012

Feliz 2013!

Em tempos difíceis como os que vivemos nestes dias, nada mais se pode desejar de que 2013 nos seja generoso em termos de saúde e felicidade.

...desejava também que todos nós fossemos um pouquinho mais ambiciosos e que fizéssemos um esforço por lutar pelos nossos direitos, e que tentássemos ver um pouco mais para lá do véu que nos tem entorpecido a visão nestes últimos tempos...

Assim, boas caminhadas em 2013, e boas lutas por um país melhor e mais justo!

...até para o ano!

Fotografia: © Rui C. Barbosa

sábado, 29 de dezembro de 2012

Postais do PNPG (CLXXI) - Chá de Leonte

Erradamente denominada de 'chá' neste postal, a Chã de Leonte serve de tema e de testemunho histórico nesta imagem que nos mostra um aspecto daquele local no princípio do século XX antes da abertura da estrada de ligaria as Caldas do Gerês e a Portela do Homem passando pela Albergaria. Naquele tempo, a travessia fazia-se através de um estreito caminho de montanha e o aspecto selvagem da Serra do Gerês ganhava outro sentido para lá da Portela de Leonte.

Da imagem salientam-se dois aspectos interessantes. O primeiro é a existência do abrigo de pastores que ainda é utilizado na vezeira que todos os anos faz a transumância dos gados serranos. O segundo são os quase invisíveis cabos de telegrafo que permitiam a comunicação com o posto da guarda florestal existente naquele local.

Fotografia: © Miguel Campos Costa; Rui C. Barbosa

sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

191... De Penedem aos Carris, até Xertelo (II)

Carris, 27 de Dezembro de 2012

Mesmo quando se regressa pelo mesmo caminho, a distância é sempre maior do que na ida pois pousa em nós o sentimento do que fica para trás.

Depois do almoço e do retemperar forças por entre as ruínas das Minas dos Carris, era chegada a hora do regresso. Entretanto, um outro rebanho de cabras selvagens havia feito a sua aparição proveniente dos lados do marco geodésico dos Carris. Este rebanho aparentava ser mais pequeno do que o anterior, mas da mesma forma constituiu uma visão única da vida selvagem na Serra do Gerês.

O regresso a Xertelo seria feito por um trajecto diferente do anterior. Caso tivéssemos de regressar a Penedem, esperava-nos uma longa e «chata» caminhada através do estradão. Assim, optamos por regressar pelo Castanheiro e depois seguir por Chã de Suzana. Saímos dos Carris passando pela represa que se encontrava cheia de água, apresentando o seu muro algumas fissuras por onde saiam pequenos fios de água. Daqui, descemos para o topo da Garganta das Negras e depois seguimos o velho carreiro até atingir os Currais das Negras passando pelas velhas concessões mineiras ali existentes e testemunhadas pela presença de escombreiras. Nesta altura, surgiram três caminheiros lá no alto que se fizeram notar pelos gritos que ecoaram na montanha.


Os Currais das Negras estavam todos alagados pelas águas das recentes chuvas. Daqui o carreiro levou-nos a percorrer o topo da serrania até nos levar à vista dos Currais da Matança depois de passar pelo misterioso marco triangulado (da Biduiça?). Esta passagem evita que tivéssemos de descer até àqueles currais para voltar a subir até atingir o caminho na crista que nos levaria ao Castanheiro passando pelo Alto do Moreira. Esta parte do percurso faz-se através de um nada de paira por aquelas paragens. A paisagem, vítima de um incêndio há alguns anos, faz-nos lembrar uma magnífica desolação coroada pelos picos serranos que se vão revelando a cada passo que vamos dando. No fundo dos vales, as cascatas invernais fazem o ruído da água corrente que nos vai acompanhando com um som de fundo que se esmorece à medida que a distância se aumenta.

Subimos ao Castanheiro pela sua face Oeste e enquadramos o seu marco triangulado com o Pico da Nevosa que lá longe começava a ficar coberto pelas nuvens negras que trariam a noite. Saímos do Castanheiro seguindo os velhos trilhos até apanharmos o trilho da vezeira assinalado por grandes mariolas Para trás fica a Corga da Fecha do castanheiro e a Corga do Gargalão, até atingirmos a grande mariola de Chã de Suzana e daqui seguindo pelo estradão até Xertelo. À chegada a Xertelo ficou-nos a satisfação de ver o velho fojo do lobo recentemente descoberto pela limpeza de matos que ali se fez...




























Fotografias: © Rui C. Barbosa

quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

Pegadas na Serra do Gerês

Foram várias as pegadas de animais que avistei na minha mais recente passagem pela Serra do Gerês. Alguma ajuda na sua identificação?



Fotografias: © Rui C. Barbosa

Cabras selvagens nas Minas dos Carris (IV)

Um rebanho de cabras selvagens nas ruínas das Minas dos Carris, Serra do Gerês, a 26 de Dezembro de 2012.

Vídeo © Rui C. Barbosa

Cabras selvagens nas Minas dos Carris (III)

Um rebanho de cabras selvagens no Penedo da Saudade, Minas dos Carris - Serra do Gerês, a 26 de Dezembro de 2012.

Vídeo © Rui C. Barbosa

Cabras selvagens nas Minas dos Carris (II)


Um rebanho de cabras selvagens nas ruínas das Minas dos Carris, Serra do Gerês, a 26 de Dezembro de 2012.

Vídeo © Rui C. Barbosa

Cabras selvagens nas Minas dos Carris (I)


Um rebanho de cabras selvagens nas ruínas das Minas dos Carris, Serra do Gerês, a 26 de Dezembro de 2012.

Vídeo © Rui C. Barbosa

quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

191... De Penedem aos Carris, até Xertelo (I)

Carris, 26 de Dezembro de 2012

Dia de Inverno soalheiro com algumas nuvens para nos fazer sempre recordar a altura do ano em que nos encontramos. Depois de percorrer o cada vez mais terrível estradão da EDP até ao abrigo de Penedem, iniciamos a nossa jornada estabelecendo o objectivo de atingirmos as Minas dos Carris através da Lamalonga. Para tal, usamos os velhos carreiros de montanha... trilhos perdidos e apagados pelo tempo, tal como muitas das memórias que fizeram a história daqueles lugares solitários.

A Lagoa encontrava-se com uma fina camada de gelo que certamente não resistiria ao Sol que em algumas alturas do dia se mostraria quente por entre as nuvens que passeavam apressadas pelo céu azul invernal. Aquela altitude por vezes soprava um vento frio que nos adormecia as mãos, mas mais eram as vezes em que a vontade de despir o polar surgia do que aquelas em que tínhamos de esconder os dedos dador do frio.

Deixando Penedem para trás, baixamos aos Currais do Couce. Estes currais representam um belo aproveitamento dos espaços de montanha que em tempos eram usados para o cultivo do centeio e para a pastagem e guardas dos gados transumantes. Em algumas zonas são visíveis os pequenos muros em pequenos e área elevadas que assinalam a presença de eiras nas quais de procedia à tradição do centeio.

Os velhos carreiros vão sendo assinalados por pequenas mariolas que nos ajudam a orientar e a dar razão ao provérbio que diz que estas são úteis quando sabemos para onde vamos. Nesta altura, e por causa das recentes chuvas intensas, os cursos de água estão vivos e transformam-se em obstáculos a terem de ser ultrapassados. Foi o que aconteceu à passagem do Ribeiro do Couce! Não é que a sua transposição seja difícil e até proporciona um momento extra de aventura, porém todo o cuidado é pouco se não se quer caminhar o resto do dia com as botas molhadas.

À medida que o promontório granítico do Borrageiro, com as suas já seculares minas, ficava cada vez mais abaixo na linho do horizonte, íamos penetrando cada vez mais na serra. O desejo de se vislumbrar algum animal era grande, mas somente os seus vestígios iam aparecendo. Grande pegadas aqui, outras mais pequenas ali, alguns dejectos... mas infelizmente, nenhum avistamento do senhor das serranias. No entanto, uma outra surpresa nos esperava mais adiante.

Com o passar dos anos e com a mudança de hábitos e de economia das gentes serranas, os velhos trilhos vão-se tornando cada vez menos utilizados. Em muitos sítios só a presença de uma mariola nos indica por entre a vegetação, o rasto que nos leva ao destino. Em grande parte deste percurso até à Lamalonga assim foi e, de facto, só ao fundo do Barroco de Trás da Pala avistamos uma grande quantidade de mariolas que inequivocamente nos levaram em direcção aos Carris.

A visão da Lamalonga com os seus grandes currais é algo que dificilmente consigo descrever por palavras. Portugal é sem dúvida um país que consegue ter paisagens que rivalizam na sua emoção com outras paisagens por esse mundo fora. É certo que muitas vezes não conseguimos atribuir um termo de comparação com outras paisagens únicas pelo facto de acharmos que essas paisagens são únicas. O largo vale de Lamalonga é sem dúvida um dos locais mais belos de toda a Serra do Gerês, mas indissociável do restante entorno paisagísticos que por estas paragens adquire termos que talvez somente o melhor dos poetas possa descrever.

O nosso caminho levou-nos a entrar na Lamalonga já a meio da sua grande extensão e após passar dois currais, entramos na grande escombreira da Mina dos Carris, sem dúvida o elementos que nesta parte define toda a paisagem próxima da Lamalonga. Ao longe, já no topo da Corga de Lamalonga, a estrutura acastelada da lavaria, faz-nos lembrar histórias e contos fantásticos que nos transportam a outros tempos. Nesta altura tivemos de atravessar as águas que mais tarde irão formar o Rio Cabril e caminhando sobre o cascalho que em tempos foi extraído das entranhas do Salto do Lobo, tomamos o carreiro que nos iria levar a subir até à lavaria e entrar no velho complexo mineiro.

A grande surpresa do dia estava à nossa espera um pouco depois da entrada da velha mina. Um grande rebanho de cabras selvagens pastava calmamente e podemos observá-las durante longos minutos até que se decidiram afastar em direcção ao Penedo da Saudade atravessando depois por entre as ruínas das casas mineiras dos Carris.

(continua)
















 


















Fotografias: © Rui C. Barbosa