domingo, 28 de janeiro de 2007

...através do canto da porta, o céu...


Carris, 27 de Janeiro de 2007

Deitado sobre o chão de lona que nos protegia do frio da neve que teimava em permanecer por debaixo sem derreter, reflectia sobre o dia que terminava. Para trás havia já ficado a penosa caminhada desde a ponte do Rio Homem até Carris... a 100ª subida a Carris! Devo confessar que não foi das mais fáceis... estando a recuperar de uma condição gripal que me reduzia em muito a capacidade respiratória, os passos tornaram-se cada vez mais pesados e difíceis à medida que o Cabeço do Madorno ficava para trás. Para mim, chegar aqui é sempre a fase mais complicada do caminho e desta vez não foi excepção.

Tento reflectir um pouco a quente sobre mais esta caminhada e para falar a verdade, quando nos minutos de noite em que me tentava abstrair da respiração do Senhor de Negro da Guerra das Estrelas que decidiu nos presentear até ao nascer do Sol com o seu embalar sonoro, pensei sobre a caminhada e sobre o facto de ali estar mais uma vez... mas esqueci-me do que havia decidido escrever. Por isso, é só esperar mais um pouco pelo relato da subida e dos momentos passados na minha 100ª visita a Carris!

No entanto, houve um momento ali no qual fiquei à parte do grupo no qual me encontrava quando por entre o duplo tecto que dançava com o vento pude ver através do canto da porta o céu estrelado da noite gélida de Carris...

Fotografia © Rui C. Barbosa

2 comentários:

ju disse...

Já corri o teu blog de trás para a frente e não encontro o que procuro.
O que é que te motiva?
É bonito, sim. Tem ar puro, sim. Cheira bem, sim. Água apetitosa e tal. Mas não se inova? Não se ousa?
Não se arrisca?
Ir mil vezes ao mesmo sítio não devia ser deprimente?

EXPLICA-ME!

brigada :)

Rui C. Barbosa disse...

Explico sim...

Depende da forma como vais ao mesmo sítio. Se esperas encontras as mesmas coisas, então será tempo perdido. Se esperas encontrar algo de novo, algo que não sabes o que é... então Carris e a Serra do Gerês é o local para ires. É assim que eu vejo a serra... Poucas são as vezes que eu venho desiludido... há sempre aquele pormenor, aquele momento, aquele sentimento na hora que te vai marcar. Sim, eu sei que isto pode parecer um pouco estranho, eu compreendo... mas crê-me que por palavras por vezes é difícil explicar a sensação de estar lá, simplesmente.