quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

164... Uma imensidão de branco... (III)

Carris, 15 de Fevereiro de 2011

Depois de vencer as centenas de mtros finais da Corga da Carvoeirinha, entrei num cenário digno do filme "Dr. Jivago". O complexo mineiro, completamente tomado pela neve e pelo gelo, era um conjunto de esculturas efémeras na grandiosidade destes dias, mas testemunhas silenciosas como que petrificadas no silêncio daquele lugar. Este, por vezes assombrado pelo vento gelado, ali permanece como um posto avançado na vigília de uma batalha há já muito perdida.

Os primeiros edifícios pareciam afundar-se num mar branco e por entre as suas janelas não trespassava qualquer sorriso no árduo final de um dia de jorna na mina. Da cantina não emanavam os odores do almoço pronto a servir, o complexo estava deserto e por entre o frio nem as memórias por lá deambulavam. Só o vazio se fazia sentir... Rapidamente procurei o habitual abrigo para comer e beber algo quente; algo para retemperar forças necessárias para o ligeiro regresso. A secretaria pintada de gelo fazia lembrar uma escultura batida pelos gélidos ventos e no caminho para a varanda da Negras a quantidade de neve era tal que o esforço para lá ir ver o vale cheio de nuvens não mereceu o esforço...

E era hora de regressar por entre o ribombar da trovoada nas montanhas e a neve que começara a cair...












































Fotografias © Rui C. Barbosa

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