sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Viver na auto-fantasia

O vídeo da audição da Ministra do Ambiente e do Presidente do ICNB, perante as Comissões Parlamentares de Ambiente e Agricultura, a propósito dos incêndios no Parque Nacional da Peneda-Gerês, solicitada pelo Grupo Parlamentar do Bloco de Esquerda.

O vídeo (301 MB) está disponível aqui. São 2 horas e 45 minutos de comissões no Canal Parlamento...

Há governantes que insistem viver em auto-fantasia e que pretendem arrascar para o País das Maravilhas os outros portuguêses num verdadeiro insulto à inteligência...

1 comentário:

Anónimo disse...

É escandaloso. Como é que a Ministra do Ambiente pode dizer que tem discriminado positivamente o ICNB há vários anos, dando-lhe mais dinheiro e meios, se justamente todos os anos tem sido feitos cortes no orçamento deste organismo? Em 2010 chegamos ao extremo de não haver dinheiro para publicar um anúncio de jornal a colocar em concurso público a venda de madeira na mata de Castro Marim, no Algarve. Ou seja, por falta de menos de alguns tostões, o ICNB deixa de arrecadar receita significativa. Há carros que não mudam o óleo por falta de 20 ou 30 euros para a manutenção. É natural que depois saia mais caro porque deixaremos de estar no âmbito da manutenção para passar ao da reparação. Há máquinas para trabalhos de limpeza florestal que estão paradas por falta de reparação ou de acessórios de trabalho. Fala-se em planos disto e daquilo, documentos com centens de páginas cheios de gráficos, esquemas e parágrafos. Para quê se ninguém os lê, se não há dinheiro para os implementar na prática, se as pessoas que poderiam desempenhar essas tarefas não existem ou estão a sair do ICNb desencantadas com a mediocridade e a estagnação da acção e desempenho deste organismo? O ICNb está morto, incapaz de actuar porque a centralização da gestão das áreas protegidas em 5 departamentos foi uma estratégia com esse mesmo objectivo. eliminar o carácter interventivo do organismo sobre o território, remetendo-o apenas para pareceres e actividades de supervisão. Isto prova-se pelas indicações dadas no âmbito da mobilidade do pessoal uma vez que foi veiculado que, com excepção dos técnicos superiores, em todas as outras carreiras em que houvesse a pretensão de alguém passar para a mobilidade voluntária, tal seria aceite de imediato, sobretudo no caso dos assistentes técnicos (trabalhadores rurais), que são quem efectivamente realiza no terreno as tarefas desenhadas no gabinete. Não podemos baixar os braços. Temos de continuar a lutar pelas nossas Àreas Protegidas e por um ICN (esqueçam o B) digno, capaz e mais próximo das pessoas e do território.